Adriane GalisteuDanilo Borges / Divulgalção

Rio - Prestes a comandar mais uma edição de "A Fazenda", na Record, Adriane Galisteu, de 51 anos, nunca escondeu que é fã de reality show. Se antes os admiradores da apresentadora podiam ver seu talento na frente às câmeras, agora eles vão matar um pouco da curiosidade sobre a intimidade da loira na série documental "Barras Invisíveis", disponibilizada na plataforma de streaming Universal+. Depois de pensar "dez vezes" e "respirar fundo", a artista criou coragem para mostrar a vivência em família, os bastidores do trabalho, além de retratar batalhas pessoais e conquistas do passado.
"Com o nosso reality, não tenho dúvida que as pessoas vão ter certeza absoluta dos meus defeitos, das minhas qualidades, mas vão em algum momento se identificar. Resolvi aceitar o desafio de ter uma câmera dentro da minha casa. Não é das coisas mais fáceis que já fiz, mas depois a gente se acostuma. Acho que a gente está vivendo um momento da verdade, sabe? Sem filtro. Sempre apareci arrumada, maquiada, tentando levar o que tenho de melhor para o público. E agora levo o que eu sou", diz Galisteu.
No primeiro episódio, o público já percebe a personalidade forte da apresentadora. "Sou uma mulher feita de defeitos, com algumas qualidades. A diferença é que me agarro nas qualidades. Então, tenho lá o meu temperamento que não é dos mais fáceis. Porém, não levo nada muito a ferro e fogo, sabe? Ah, tem a explosão, que vocês vão se divertir, acho, em algum momento com isso. E no minuto seguinte, está tudo bem, obrigado e vamos tocar nossa vida", avalia ela, que se considera uma "mulher normal". "Tenho as mesmas dores, medos, as mesmas aflições. Meu objetivo é ser uma boa mãe, boa pessoa, boa profissional, o resto eu vou errando para tentar acertar".
Mamãe de Vittorio, de 14 anos, fruto do relacionamento com o empresário Alexandre Iódice, ela também expõe, durante a série, a vontade de ter mais um filho. "Descobri que tenho tanto amor para dar com a maternidade. É um amor que a gente não consegue explicar. É ver o coração bater fora do corpo. Um filho só recebe todo esse amor meu, o amor do Alê, mas percebi que quero mais... É uma sensação tão maravilhosa, por isso que não queria ter um filho só. Estou nessa luta por mim".
Galisteu, inclusive, não descarta a possibilidade de adoção, apesar do marido não ser muito favorável. "Não tenho problema nenhum com adoção, com barriga solidária. Agora, o Alê já tem um pouco de resistência e não quer tocar muito nesse assunto, mas sou persistente", destaca.
A apresentadora revela, também, que sua relação com o filho é de aprendizado. "É tão legal ver o filho crescer, ser amiga, ser parceira, companheira. Claro, que a gente tem as nossas discussões. De vez em quando estou puxando a orelha, gritando, fazendo tudo que toda mãe faz. Mas a coisa que mais amo é poder pegar o Vittorio, fazer uma viagem com ele, almoçar com ele, saber da vida dele, trocar ideia e aproveitar a cada segundo da fase que ele está vivendo", comenta.
Diagnóstico de otoesclerose
Na série, artista também divide com os fãs o diagnóstico de otoesclerose, uma doença que causa a perda da audição. "Antes de ser diagnosticada, comecei a ter um balanço. Sabe aquela sensação de ter entrado em um avião e, por causa da pressurização, o ouvido tampou? Fiquei muito preocupada num primeiro momento. Quando fui pesquisar sobre a doença, descobri que não tem cura. É necessário chegar ao 100% da surdez para poder fazer um transplante, uma cirurgia. Estou quase lá já", conta. "Graças a Deus essa doença só afetou um ouvido", desabafa. 
A apresentadora relata como a otoesclerose afeta sua rotina. "É o ouvido que escuto no ponto (eletrônico), então, o meu ponto ele é muito mais forte e alto do que o normal, das outras pessoas. Uso ainda esse ouvido, mas estou sempre atenta a ele e as às novidades da ciência. Torcendo para que chegue alguma novidade a respeito da otoesclerose". 
Luto 
Ao longo do documentário, Adriane ainda aborda as mortes do pai, Alberto, do piloto Ayrton Senna (seu namorado à época) e do irmão, Alberto Filho, que tinha HIV. "Lidar com o luto é um aprendizado. Só quem passa entende que essa é uma dor profunda e que não tem cura. Ela permanece... Passei por esses lutos de uma forma difícil. O primeiro foi com meu pai, quando tinha 15 anos, eu era muito imatura e foi uma barra muito difícil para mim. O Ayrton (Senna) morre em 1994, o meu irmão em 1996. E esses dois eu tive que passar (o luto) meio que silenciosa, escondida. Tinha muita coisa ali que não podia ser dita, exposta", lembra.
Relação com Silvio Santos
Adriane trabalhou no SBT em programas como "Charme" (2004-2008) e "Fora do Ar" (2005),  além de atuar na novela "Fascinação" (1998). A apresentadora diz que é uma grande admiradora de Silvio Santos e entega já teve alguns empates profissionais com ele. "Não tem como não admirar o Silvio. A minha mãe é louca, alucinada, fã, apaixonada pelo Silvio, e me fez ser fã dele desde a vida inteira. Mas ele é diferente como patrão. Como todos os chefes, não é muito fácil. Então, claro que nós tivemos embates fortes, mas sempre no âmbito profissional. Isso nunca ultrapassou a barreira pessoal", salienta.
"Ele é um homem admirável, um homem que foi disparado o melhor apresentador do Brasil, construiu um império e merece o nosso respeito, os nossos aplausos. E continuo sendo funcionária dele de alguma forma, porque o meu perfume na marca de cosméticos dele existe há muitos anos e agora tem perfume novo chegando. Minha história lá dentro, ela continua no Teleton... É uma emissora que faz parte da minha história também."
Carnaval
Galisteu faz parte do Carnaval carioca. A apresentadora que desfilou pela primeira vez na Portela em 1997 e foi rainha da bateria da agremiação por três anos consecutivos (2000 a 2003). Ela também já foi rainha da Unidos da Tijuca e participou de desfiles da Acadêmicos da Rocinha. Após alguns anos de ausência, voltou à Avenida e desfilou como musa da azul e branco de Madureira em 2023 e 2024.
"Retornei para a Avenida porque tem lugares que por algum motivo deixei de estar, mas eles me pertencem. Pertenço ao Carnaval!. Foram anos de Avenida. Saio de cena quando o Vittorio ainda é pequeno. Ganho o Carnaval em um ano, saio no ano seguinte e por decisão própria. Teve a escola (Unidos da Tijuca) que fez a troca da rainha de bateria, mas tive outros convites na época para continuar no carnaval. O Vittorio era bebê, no ano seguinte, resolvi ficar em casa", explica Galisteu. 
Entretanto, o amor pela folia falou mais alto. "Dei um tempo, mas comecei a sentir muita falta. Carnaval tem a ver com paixão, com amor, apesar de ser trabalhoso, comecei a sentir muita falta e decidi voltar. E volto na escola que me colocou pela primeira vez na Avenida, que foi a Portela. O Carnaval faz sentido para mim, é uma delícia viver o Carnaval, trabalhar no Carnaval, e agora eu carrego o Vittorio, porque elese apaixonou também. Ele foi pela primeira vez no ano passado e já me avisou que quer voltar", revela.
Nova temporada de 'A Fazenda'
Falta pouco para as porteiras serem abertas! A 16ª edição de "A Fazenda" tem previsão de estreia para 16 de setembro, e Adriane se mostra ansiosa. "Estou louca para saber das novidades dessa edição, e garanto que ainda não sei. Acho que eles fazem de propósito, viu, que eles têm medo que eu saia falando antes da hora, por isso que eu não fico sabendo de nada. Mas estou louca, ansiosa, pronta para mais um desafio, para conhecer meus peões, ver o que vem pela frente. A gente sempre procura trazer alguma coisa diferente todos os anos, mas 'A Fazenda' é raiz." 
'Não se discute sexo, se faz sexo'
Linda e mais madura, a loira não se preocupa com o envelhecimento e conta que faz mais sexo do que fala sobre o assunto. "A idade vai chegar, quer você queira, quer você não queira. Não tem como escapar dela. O que você pode é se preocupar como você vai chegar naquela idade, aí, sim. Depende do seu estilo de vida, as coisas que você vai fazer.. Sexo, por exemplo, eu nunca fui de falar sobre sexo, sou mais de fazer, então essa já é uma questão que eu acho importante. Depois da maturidade, da maternidade, principalmente, no auge dos meus 50 anos, eu tenho toda a segurança do mundo para dizer é muito melhor fazer do que falar, viu, gente. Não se discute sexo, se faz sexo."