Rita Batista Engels Miranda / Divulgação

Rio - Natural de Salvador, na Bahia, Rita Batista, de 45 anos, parece ter nascido com o 'dom' da comunicação. Cheia de opinião e dona de uma simpatia ímpar, a apresentadora do do "Saia Justa", do GNT, e do "É de Casa", da TV Globo, promove debates sobre assuntos importantes, leva informação de qualidade e muita positividade para o público. "Impactada" ao refletir sobre esse 'propósito de vida', a jornalista, com 21 anos de carreira, comenta que "a palavra é sua arma e escudo" e assume que gosta de mergulhar de cabeça no que se propõe a fazer.


"Tudo tem que ter um sentido para mim. Tenho umas amigas que dizem assim: 'ai, Rita, para de ser profunda'. Nem me acho essa profundidade toda. Mas também não sou rasinha. Estou ali no meio do caminho. Acho importante ter um mínimo de profundidade nas coisas. Ter compromisso, ter responsabilidade com o que se fala. Vivo da palavra, com a palavra e para a palavra. São esses os vieses da minha vida", afirma a comunicadora.

Ao lado de Eliana, Tati Machado e Bela Gil, Rita divide suas vivências e discursa sobre diversos temas no sofá do 'Saia Justa', como maternidade, intimidade e saúde mental. Segura de si, ela disse que já esperava o convite para apresentar o programa, no ar desde 2002.

"Trabalho para isso, para estar nesses lugares, que admiro, me representam e representam tantas pessoas. Um lugar que tem reconhecimento do público, do mercado publicitário, do meio televisivo. Para mim, é muito bom viver esse momento. Estou à vontade mesmo", frisa ela, que já está bem entrosada com as colegas de trabalho.

"A gente já tem grupos de WhatsApp, segredos contados, intimidades reveladas, os drinks preferidos de cada uma, as comidas. Então, a gente tá mantendo isso. Esse mês de agosto, inclusive, a gente já tem o jantar marcado do primeiro mês de 'Saia'", entrega.

No "É de Casa", a apresentadora brilha ao lado de Maria Beltrão, Thiago Oliveira e Talitha Morete. "Tenho muito amor pelo programa, por aquela casinha. Sou inquilina do Brasil, irmã. Isso é muito significativo para mim, sabe?", avalia a artista, que completou dois anos à frente da atração no último mês. Conciliar as duas atrações não é tarefa muito fácil. "O cansaço físico pega mais, porque o entusiasmo, a vontade, está ali... O desafio é manter a rotina".

Supersticiosa

No livro "A Vida É Um Presente" - a segunda edição foi lançada em maio deste ano -, a apresentadora reúne mantras e compartilha observações espirituais e da própria vivência. "Os mantras são testados e aprovados por mim e pela minha audiência nas redes sociais. Daqui a pouco, lanço um audiolivro, hein? Porque a voz dela é babado", adianta, aos risos. Ela também assume que é uma pessoa de fé e supersticiosa. "Sopro canela todo dia primeiro de cada mês. No último dia de cada mês, queimo casca de cebola para as energias ruins irem embora, para o novo mês chegar tinindo. Desviro sandália, se ela estiver virada. Despacho a porta - que é jogar uma água de manhã cedo na porta de sua casa, para a rua", lista.

Preconceito

Comprometida com o combate ao racismo, ao sexismo e às intolerâncias, a comunicadora conta que já foi vítima de preconceito. "Claro que já (sofri preconceito), e muito, e até hoje. Gente, não tem isso de pessoa que é conhecida, tem um trabalho público, estar imune a isso. Não. A cor da pele vem primeiro, e a gente sabe: quanto mais preta ou preto, mais discriminação sofre", avalia a artista, que ressalta sobre importância de falar sobre esses assuntos.

"Um dos meus compromissos, como profissional de comunicação, é de ajudar nessa reeducação da sociedade. O Brasil vive uma ilusão do conhecimento, em que as pessoas acham verdadeiramente que sabem das coisas, e não estão sabendo. É uma coisa que eu me preocupo. Preciso que a gente retome os bons debates, a convivência com contraditórios, sem a agressão - física ou de outras ordens. Por isso que é tão importante investir em educação, escolaridade formal para a população, para a gente combater tudo isso", opina.

'Falem mal, mas falem de mim'

Rita diz que mantém uma boa relação com os fãs e até entrega uma 'regrinha' para tirar selfie com eles. "Adoro fãs, adoro lovers, adoro haters. 'Falem mal, mas falem de mim'. Sou cria da 'pedagogia do constrangimento', que é coisa lá da minha casa, mas também tenho um aprendizado: 'elogio em boca própria é vitupério'. Então, gosto, curto, adoro tudo. Acho, inclusive, que hater é um lover, que não se descobriu... Sou eu que respondo no Instagram, o direct, as pessoas não acreditam, mas sou eu. Gosto do contato também. As pessoas quando me encontram e pedem foto, já sabem a regra: me dá o telefone, porque sou excelente em selfie, e sem filtro. Porque, afinal de contas, essa cara é lindíssima, meter um filtro é quase um crime", declara, com bom-humor.

'Toda natural'

"A bicha é bonita e toda natural", diverte-se a apresentadora ao falar sobre sua beleza. "Nunca fiz nenhum procedimento estético, porque acho que ainda seguro esse 'close' (risos)... Já fiz coisas no corpo, assim, não invasivas...Acredito mesmo é em dieta e musculação. Mas com a chegada da idade, tenho percebido que há umas necessidades. Tenho um compromisso com a skincare. Não durmo de maquiagem, sobre nenhuma hipótese, uso hidratante revitalizante, um creminho do pescoço, tem o das olheiras, o sérum, tem o hidratante para os pés, protetor solar e vitamina C. A unha é, por exemplo, reflexo da nossa saúde! Cuido muito das minhas! Estou até lançando uma coleção de esmalte, seis cores que criei a partir das misturinhas que eu faço", conta. 
Longe dos holofotes
Assim como em frente às câmeras, Rita é pura simpatia longe delas. "Sou massa, ótima. Gostaria de ter uma amiga como eu. E tenho algumas melhores do que eu, inclusive. Sou a melhor coisa que pode acontecer na vida de qualquer pessoa e/ou corporação. Mas também sou o ponto médio entre a arrogância e a humildade. Tem um amigo que fala: 'Rita, você é surpreendente'".

Sobre a vida pessoal, a artista revela estar 'tranquila'. "Estou mergulhada nessa fase profissional. Estou agarrando todas as oportunidades, realizando os meus projetos. A minha vida pessoal hoje é o meu filho (Martin), os meus amigos, a minha casa, a minha família. Não dá tempo (de namorar ou ficar com alguém). Ter um companheiro que acompanha isso (rotina intensa), não é das coisas mais fáceis. E eu não estou conhecendo gente nova também. Não está dando tempo. Então, tem um pessoal da 'manutenção' que qualquer coisa a gente liga, né? Disque nove e aí tá tudo certo, tudo odara", pontua.

Maturidade
Aos 45 anos, Rita assume que aprendeu a não ter pressa para atingir seus objetivos. "A maturidade, principalmente, me mostra todo dia que devagar também se anda, sabe? A vida é finita. A gente quer andar mais rápido, a gente quer chegar nos nossos objetivos mais rápido, mas o mais importante é chegar firme, dar os passos certos, criando as suas pegadas no caminho. E, inevitavelmente, você vai chegar lá aonde você quer. É para isso que eu estou na estrada", disse ela, antes de cantarolar um trecho da música "Nada Será Como Antes", de Milton Nascimento. "Eu já estou com o pé nessa estrada, qualquer dia a gente se vê. Sei que nada será como antes, amanhã".