Fátima Sampaio lamenta a morte do marido, Cid MoreiraReprodução de vídeo / TV Globo

Rio - Fátima Sampaio concedeu uma entrevista emocionada ao "Encontro", da TV Globo, nesta quinta-feira (3), após a morte do marido, Cid Moreira, de 97, nesta manhã. Ela, que viveu por quase 25 anos com o jornalista, informou que ele estava internado há quase um mês no hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, e admitiu que estava abalada com a notícia do falecimento do amado. "Estou em modo 'grogue'.
"Desculpa o estado que estou, porque tenho passado todos esses dias ao lado dele. Passei um mês acampada aqui (no hospital). Não tinha outro lugar para estar, era onde estava meu coração. A gente vem lutando, a idade não é fácil, ela chega para todo mundo... A gente mudou para perto do hospital quando ele começou a fazer diálise", disse Fátima, que só tem lembranças boas do amado. "Todo casamento tem seus embates, porque somos pessoas diferentes, com personalidades diferentes. Mas a gente se divertia muito". 
Em seguida, ela, que estava acompanhada do cardiologista Nelio Gomes Junior, explicou o motivo de ter preservado a informação da internação de Cid. "Para ter direito privacidade, de cuidar dele, esperando que ele voltasse para casa. Eu fiz o melhor, o que pude como ser humano para confortá-lo", frisou. Fátima ainda reforçou que os amigos mais próximos sabiam de toda a situação.
Durante a entrevista, a mulher de Cid contou como foram os últimos dias do jornalista. "Lúcido até o fim". No entanto, ele não a reconheceu mais desde a última noite. "Ontem a noite ele não me reconhecia mais. Eu dormia no sofá ao lado da cama dele. A gente colocava um pouquinho de algo molhado na boca. E ele ficava olhando com aquela cara de vamos voltar para casa", lembrou.
Em outro momento, ela lembrou as falas do amado. "Estou cansado, muita luta. Meu corpo está cansado. Os últimos anos tem sido difíceis". Fátima também revelou um pedido do jornalista. "Era um homem espiritualizado, tranquilão. Ele falou para mim que queria ser enterrado em Taubaté, para ficar perto da primeira esposa, da filha que foi, do neto que foi. Ele ama Petrópolis, pensei em fazer uma despedida aqui, no Rio talvez. Não sei como faz isso. Vou precisar disso e depois ir para a terra natal. Tantas histórias lindas que ele tem".