Santiago (Roberto Birindelli)Divulgação
- Em "Mania de Você", o Santiago já ajudou Rudá (Nicolas Prattes), mas também faz alguns "servicinhos" para o Mavi (Chay Suede). O que o público pode esperar do seu personagem nos próximos capítulos?
Santiago é controverso, tem muitos segredos e nunca se sabe seus próximos passos. Ele ajuda Mavi mas não sabemos até quando.
- Como foi a construção desse personagem de várias camadas?
Santiago, uruguaio há muitos anos entre os caiçaras, trabalhou para o Molina, e agora trabalha para Mavi. Um personagem ambíguo, que não sabemos muito dele, nem eu mesmo. Novela é isso: vamos desvendando aos poucos.
O que você tem em comum com o ex-funcionário do Molina?
Santiago é um homem de ação. Alguns traços uruguaios que carrego, o chimarrão, um senso de justiça que pode lhe trazer problemas, o violão que o acompanha em momentos de solidão.
- Tem acompanhado a repercussão dos internautas sobre o Santiago?
Sim, vejo o reconhecimento nas ruas. O que mais ouço é: "Você é mau". Estreamos dois longas e a série "Um contra Todos", na Netflix, recentemente. São vários projetos sendo divulgados e comentados. Nas redes sociais também.
- Você estudou teatro na Itália, Dinamarca, França e Inglaterra, além de colecionar diversos trabalhos no Brasil. Quais as principais diferenças, falando em dramaturgia, entre esses países?
Eu trabalhei sempre na perspectiva de teatro de grupo. Com pessoas que formam seus discípulos e vêm trabalhando juntos há décadas. Muitas vezes a dramaturgia é criada pelo próprio grupo. Na França, tive mais acesso aos textos clássicos, mas trabalhei também mímica e teatro físico. Isso ajudou muito, porque trabalhei em vários países que não falo a língua local.
- Roberto, você á trabalhou em todos os formatos como televisão, teatro, cinema e streaming. Tem um carinho especial por algum desses?
São experiências bem diferentes e prazerosas. A novela tem sua abrangência incrível. O cinema tem o trabalho refinado e o tempo de burilar roteiro, fisicalidades, detalhes e curva do personagem. As séries são um pouco assim também. No teatro, este sim o terreno fértil do ator, é o lugar da pesquisa e do desenvolvimento de linguagens.
- Apesar de todos esses anos de carreira, tem algum trabalho que você ainda não teve a oportunidade de fazer, mas que sente vontade?
Nos primeiros anos, ainda em Porto Alegre, eu trabalhava muito focado no clown (palhaço) e na comédia. No Rio, na TV, tem aparecido mais papéis dramáticos. Eu gostaria de voltar a fazer personagens mais cômicos. E algum super-herói também.
- Tem algum papel que considera o mais desafiador da carreira?
Vários. No longa "O Olho e a Faca" ficamos doze dias embarcados numa plataforma de petróleo. Nada fácil. No longa "Gauguin e o Canal", filmamos durante a pandemia na selva panamenha e o filme era rodado em francês e espanhol, com várias dificuldades e desafios juntos.
- Atualmente você também integra o elenco da série "Vida de Jogador", do Disney +, interpretando o treinador Ernesto. Você se inspirou em algum técnico de futebol para compor o personagem?
Que trabalho prazeroso, me diverti muito. Nos ensaios buscamos que Ernesto oscilaria entre(Jorge) Sampaoli, Felipão e Wanderley Luxemburgo.
- Além de atuar, você é formado em arquitetura. Como foi a decisão de seguir na carreira artística?
O sonho de atuar provavelmente veio antes do sonho da arquitetura e ficou latente por um bom tempo. Na faculdade de arquitetura, em Porto Alegre, tive colegas mímicos, músicos (os Engenheiros do Hawaii eram da minha turma) e vários grupos de teatro e cinema ensaiavam no prédio da faculdade. Fui gostando e me aproximando.
- A arquitetura continua presente na sua vida de alguma forma?
Continuo trabalhando com urbanismo, e principalmente Mobilidade Urbana.
- Você atuou em cerca de 55 filmes, entre produções brasileiras e coproduções internacionais Recentemente, o cinema brasileiro está em ótima fase, inclusive sendo reconhecido no exterior. Como avalia esse momento?
O cinema sobreviveu a vários períodos nefastos da história brasileira, e vai continuar resistindo. Tomara que este momento de reconhecimento se traduza em mais apoio, investimento e presença do público nas salas.