Adriana Vieira Lomar é a vencedora da 7ª edição do Prêmio Kindle de Literatura com ’Ébano sobre os canaviais’Divulgação

Rio - O livro "Ébano sobre os canaviais", de Adriana Vieira Lomar, foi anunciado como o vencedor da 7ª edição do Prêmio Kindle de Literatura nesta segunda-feira. Ao todo, a autora receberá R$ 50 mil, que inclui um prêmio em dinheiro de R$ 40 mil e um adiantamento de direitos autorais de R$ 10 mil pelo contrato de publicação da versão impressa do livro pelo Grupo Editorial Record no selo editorial José Olympio.
Na obra, a autora remonta ao final do século XIX, quando José foge da peste em Portugal, e no Brasil se apaixona pela Ébano, alforriada e filha da escravizada Shakina. Apesar de ser livre, a sociedade recrimina a união do casal, e Ébano renuncia à maternidade do filho Zeca.
Quase dois séculos depois, Maria Antonieta, uma personagem racista e com complexo de superioridade com relação aos seus antepassados, trilha uma jornada de autoconhecimento após se separar do marido e, assim, descobre sua verdadeira origem e coloca em xeque os seus preconceitos e comportamentos.
"Três histórias em uma. Vidas que se entrelaçam desde o tempo da escravidão e imigrantes portugueses. A difícil vida de negros que são escravizados, a dura realidade de imigrantes portugueses que chegam ao Brasil. Um texto detalhado, rico, uma história muito bem contada, desenhada, envolvente e que faz você sentir todos os dramas e angústias de seus personagens", comentou a jurada Sueli Carneiro sobre o enredo da obra vencedora.

Já Jeferson Tenório, também membro do júri, analisou a técnica da narrativa empregada pela autora: “o livro carrega uma estrutura narrativa sofisticada e dinâmica, costurando tempos diversos e, desse modo, construindo um panorama do processo escravista no Brasil através da ficção. Traz também aspectos interessantes como a memória e a ancestralidade. Além disso, as personagens apresentam complexidade e profundidade necessárias, como é o caso de José, Ébano e Maria Antonieta. A linguagem é bem construída e apresenta uma aparente simplicidade e lirismo o que deixa o texto fluído e com qualidade linguística”.

“Temos muito orgulho das obras participantes do Prêmio Kindle de Literatura, que sempre trazem histórias com excelente qualidade de escrita”, disse Ricardo Perez, gerente-geral de Livros da Amazon Brasil. “O Prêmio é um ótimo caminho para escritores independentes obterem reconhecimento e queremos seguir apoiando a literatura nacional de muitas formas”, completou.

"Chegamos ao terceiro ano como editora parceira do Prêmio Kindle de Literatura satisfeitos com a movimentação que a premiação traz para o mercado editorial. O formato da inscrição consistir na autopublicação no KDP é uma forma de fazer com que todos os inscritos se vejam como escritores, com efetiva chance de serem lidos. Isso por si só é um exercício importantíssimo para o fomento de novas vozes, nosso intuito principal com essa parceria. Estamos entusiasmados por publicar mais um livro vencedor e trabalharemos duro para vê-lo ganhando lugar em estantes de todo o canto do país”, afirmou Roberta Machado, vice-presidente do Grupo Editorial Record.
Os finalistas foram avaliados em critérios como criatividade, originalidade, qualidade de escrita e viabilidade comercial, passando por um júri especial composto pela escritora e vencedora do Prêmio Casa de las Américas, Ana Maria Gonçalves; o escritor, doutor em Teoria Literária e vencedor do Prêmio Jabuti, Jeferson Tenório; e a filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro, Sueli Carneiro.
O Prêmio Kindle de Literatura já premiou os escritores Gisele Mirabai, por Machamba; Mauro Maciel, por O memorial do desterro; Eliana Cardoso, por Dama de paus; Barbara Nonato, por Dias Vazios; Marília Arnaud, por O Pássaro Secreto; e Vanessa Passos, por A Filha Primitiva.