Mãe de Ariel, de 9 anos, Letícia Persiles diz que a sociedade ainda precisa evoluir nos temas femininos - Vinícius Mochizuki
Mãe de Ariel, de 9 anos, Letícia Persiles diz que a sociedade ainda precisa evoluir nos temas femininosVinícius Mochizuki
Por *Gabriel Thomaz

Rio - Letícia Persiles é uma mulher de muitas facetas. Atriz, escritora e até mesmo cantora, a mãe de Ariel, de 9 anos, está no ar com a novela 'Orgulho e Paixão', em que interpreta a personagem Amélia. Paralelamente, Letícia se apresenta ao lado da banda O Cabaré do Xote Moderno, com quem já gravou a música 'No Altar', disponível em plataformas digitais.

"Sempre tive muito contato com música em casa e no teatro. Aos 14 anos, além de montar minha primeira banda, entrei na escola de música Villa Lobos. Depois fundei, junto com outros músicos, a banda Manacá, e lançamos um disco, em 2009, pela EMI. Rodamos o Brasil nos apresentando em festivais", conta Letícia. "São muitas as minhas inspirações, mas hoje gosto mesmo é de ouvir os artistas da nossa cena independente como Maria Beraldo, Anelis Assumpção, Cordel do Fogo Encantado, Pietá e muitos outros", completa.

PAPEL DE ÉPOCA

Antes de trabalhar em 'Orgulho e Paixão', ambientada em 1910, Letícia Persiles já havia se destacado na televisão, como quando foi protagonista na série 'Capitu' e na novela 'Amor Eterno Amor'. Para a atriz, a dedicação para viver um papel de época não é maior do que para interpretar um contemporâneo.

"Todas as novelas, de uma certa forma, são de época, ainda que seja uma trama atual. Então, para interpretar qualquer personagem, é preciso conhecer o contexto histórico e social em que ele está inserido. Isso define boa parte das suas características, principalmente em relação à linguagem falada, ferramenta fundamental para a teledramaturgia", reflete.

Logo após o nascimento do filho Ariel, Letícia começou a desenvolver 'As Cartas de Amor e Saudade'. O projeto reúne um disco, com composições próprias e arranjos de Toninho Ferragutti, e um livro, que juntos formam um diário sensorial dos primeiros anos de maternidade da atriz.

"Esse trabalho traz questionamentos sobre como lidamos com nossos afetos em relação ao tempo e ao espaço. E, claro, exalta a força do feminino. Nele, tento misturar os textos com as músicas e as imagens de maneira sensorial. É como se fossem nossos desejos, sonhos e memórias que se misturam com nossas ações no cotidiano", explica.

Se sentindo completa como mãe, Letícia acredita que a sociedade ainda precisa evoluir nos temas femininos.

"Amamentei meu filho até os dois anos e meio e consigo me manter até hoje muito presente. Minha vida me permitiu, meu trabalho, de certa forma, também. Mas infelizmente, não é assim para todas nós. Nossa sociedade entende, na maioria das vezes, que as mulheres são as únicas responsáveis pelos filhos. Ao mesmo tempo, nosso mercado de trabalho não oferece condições para que essas mesmas mulheres exerçam suas funções profissionais sem precisarem se afastar demais das suas necessidades como mães", critica. 

*Reportagem do estagiário Gabriel Thomaz, sob supervisão de Paulo Ricardo Moreira

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