Os atores Letícia Vianna e Lucas Gouvêa em cena, na peça 'Por Elas' - divulgação
Os atores Letícia Vianna e Lucas Gouvêa em cena, na peça 'Por Elas'divulgação
Por BRUNNA CONDINI | brunna.condini@odia.com.br

Rio - A violência contra a mulher é o tema da peça 'Por Elas', que estreia nesta quarta, na Sala Multiuso Museu da Justiça - Centro Cultural do Poder Judiciário (CCMJ), no Centro do Rio. A montagem fica em cartaz um mês, de quarta a sábado, às 19h, com entrada gratuita e distribuição de senhas meia hora antes do espetáculo.

O texto do advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes em parceria com a diretora teatral Sílvia Monte, é feito de histórias reais, e fala de sete personagens femininas, que carregam histórias de outras tantas mulheres brasileiras.

Em cena, o preconceito, a dor, a violência e as ambiguidades da nossa sociedade frente aos abusos contra gêneros.

"A questão da agressão à mulher é um tema que não pode deixar de ser pensado na arena da dramaturgia brasileira. O teatro, ao representar os conflitos e as ambiguidades do humano, acolhe e aproxima - de forma menos cruel - as pessoas da realidade", observa Sílvia Monte, também idealizadora do projeto.

"O espetáculo se propõe a ser um espaço de comunicação, sensibilização e visibilidade para o fenômeno da violência de gênero. Precisamos pensar sobre essa questão, e o teatro é um lugar ideal para atingir mentes e corações".

COMBATE A VIOLÊNCIA

Inspirado pela pauta que o Poder Judiciário do Estado desenvolve no combate à violência doméstica, o CCMJ, por meio do programa 'Teatro na Justiça', iniciou em 2016 estudos sobre o tema, com o objetivo de criar uma peça que contribuísse com a reflexão, a prevenção e o enfrentamento da violência contra a mulher pela sociedade brasileira.

"A peça trata do 'círculo da violência' e do feminicídio, assassinato cometido contra a mulher em razão desta condição, em geral praticado por alguém do âmbito doméstico e familiar", esclarece a diretora. "O feminicídio é um crime anunciado, precedido por outras formas de agressão que formam o 'ciclo da violência', e portanto passível de prevenção", alerta.

No elenco Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha e Lucas Gouvêa, contam a história de um grupo de mulheres que têm em comum a violência presente na sua vida amorosa.

Silvia propõe um passeio entre o presente e o passado para falar do que é urgente.

"Os números assombrosos da violência perpetrada contra as mulheres refletem um problema social que deve ser encarado pela sociedade em frentes variadas: na família, na escola, no trabalho, inclusive na arte", salienta.

E conclui, citando uma frase do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt: "O que interessa a todos, só todos podem resolver".

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