Rio - Luisa Micheletti estará hoje na FLIP, às 15h, lançando seu primeiro livro de contos, 'Nem Sofá, Nem Culpa', pela editora Laranja Original. "A editora fará o lançamento num barco, além de outros eventos como saraus e oficinas abertas ao público", conta.
"Meus contos foram escritos ao longo de sete anos. Passei por uma oficina literária para aprimorá-los, e um processo de edição bastante criterioso. Tenho muito carinho por este trabalho. Penso que hoje, diante da internet, onde tudo é 'publicável', é fundamental exigir qualidade literária na impressão, além de cuidado e tempo de depuração", diz Luisa, que também participa do sarau erótico da editora Patuá, hoje, às 22h30.
Inspiração
Ela revela que suas inspirações para os contos vêm de experiências reais. "Me inspirei em angústias, relações, viagens, desejos, encontros. No entanto, tudo, ou quase tudo, foi ficcionalizado, transformado. Algumas experiências foram transferidas para outras pessoas... Tem um dos contos que é narrado por um gato. Me inspirei nos meus gatos, mas também nos animais do Franz Kafka (escritor alemão), e no gato preto do Edgard Allan Poe (poeta americano)", esclarece.
Escritora e atriz
A apresentadora e ex-VJ da MTV está em cartaz com a peça 'Quero Morrer Com Meu Próprio Veneno', no Teatro Sesi, em São Paulo, e se prepara para gravar a segunda temporada da série 'Rio Heroes', na Fox. "Mayara é uma mulher comum, no sentido de ser criada para valorizar a segurança do casamento, prezar pelo bem-estar material, ter filho e valorizar um companheiro que a ajude a manter um certo tradicionalismo", revela sobre sua personagem.
"Ela é de classe média baixa. Quando o marido, Basílio (André Ramiro), volta a lutar escondido, ela começa a se encontrar com outro homem. De um lado, Basílio trai a confiança dela, de outro, ela a dele. A primeira temporada terminou com a descoberta das traições. Na segunda, muito provavelmente entre em pauta a briga pela guarda do filho", diz Luisa, que na vida real namora há cinco anos o ator Caco Ciocler.
PRIMEIRA PEÇA
Além disso, ela escreve e pré-produz o seu primeiro texto teatral, que passeia pelas principais questões do feminismo contemporâneo.
"Minha ideia ao escrever foi desemaranhar os arquétipos femininos das noções de separação. Estudei as Deusas gregas e outros mitos formadores da nossa noção de feminino, e nessa pesquisa entendi que o patriarcado separa e julga as energias da mulher como se elas fossem inconciliáveis. Um exemplo disso é a noção de 'Santa' e 'Puta'. Ou a mulher é 'de família' ou é 'vagabunda'. Ou é luz ou é sombra, quando na verdade, na natureza, tudo anda junto", comenta.
E a atriz conclui: "Sou feminista desde que nasci, mas só entendi que era aos 20 anos, lendo os livros da Clara Averbuck e tocando baixo numa banda só de mulheres, que eram ativistas. São tantas as pautas. A política precisa de mais mulheres urgentemente, principalmente na Câmara e no Senado. Vou votar em mulher propositalmente para estes cargos".