7 de fevereiro é o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas Reprodução
A força das mulheres indígenas
No Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas nossa homenagem para essas mulheres que são símbolo de resistência
A crise humanitária dos Yanomamis despertou o interesse e a preocupação pública sobre a preservação das comunidades indígenas do Brasil. Por isso neste 7 de fevereiro, Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, reforçamos a urgência em falar sobre esse assunto. A nossa homenagem hoje vai para todas as mulheres indígenas. Fortes, guerreiras, símbolos da propagação da cultura indígena e imprescindíveis para as aldeias.
As histórias são cercadas de muita luta e determinação. Como a vida de Mapulu Kamayurá, a primeira mulher pajé da tribo Kamayurá, que recebeu o prêmio de Direitos Humanos em 2018, por seu trabalho voltado à saúde nas aldeias, principalmente com as mulheres. Forte, curandeira, detentora da sabedoria da sua tribo. Uma das organizadoras da “festa Yamaricumã”, uma tradicional celebração, exclusiva das mulheres, onde elas se transformam em guerreiras. Mapulu é mais uma prova de que uma mulher pode ser o que ela quiser.
“Falar sobre o reconhecimento dos povos indígenas é reconhecer o valor de uma cultura vastíssima, é reconhecer a nossa própria história. Tudo o que somos e que fazemos nasceu da cultura indígena. Historicamente tratados como coisa aprendida ou coisa conquistada, até hoje resistem e clamam pela demarcação de suas terras. A eles, todo o nosso respeito. Além disso, é imprescindível reconhecer a importância das mulheres indígenas, pois elas são as responsáveis pela transmissão da cultura. A mulher indígena representa a Pachamama, ela representa a Mãe Terra. Ela é dona de uma visão crítica do mundo muito poderosa e cabe a ela a transmissão da cultura indígena de geração em geração”, explica Samia Roges Jordy Barbieri, Phd em Direitos dos Povos Indígenas e autora do livro Os Direitos dos Povos Indígenas.
Hoje, muitas são símbolo de articulação e empoderamento feminino entre as tribos. As mulheres indígenas são verdadeiras referências, símbolo de ancestralidade e tradição. Ser índio já é sinônimo de resistência. Ser mulher indígena é resistir em dobro, é lutar por respeito, igualdade e visibilidade. O nosso carinho e admiração por elas.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.