Saiba como identificar e fugir de um relacionamento abusivoReprodução

Olá, meninas!
Chantagens, xingamentos, ameaças, agressões verbais e manipulações. Essas são algumas das violências camufladas dentro de um relacionamento abusivo. Uma realidade que fez parte da vida de 18 milhões de mulheres brasileiras em 2022, segundo uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Datafolha. O percentual sugere que 35 mulheres foram agredidas física ou verbalmente, por minuto no país, em 2022. A melhor maneira para combater essa realidade é a informação.
“Saber identificar desde o começo qualquer tipo de atitude verbal ou não verbal que seja passivo-agressiva ou violenta é essencial para se preservar de relacionamentos abusivos e agressões”, explica a psicóloga Ana Streit.
Personalidades da mídia já assumiram ter sido vítimas de um relacionamento tóxico. É o caso de Bruna Griphao, Xuxa Meneghel, Deborah Secco, Mariana Rios, Luiza Brunet, Luana Piovani, Cleo Pires, Mayra Cardi e outras. Mas com estratégias de fortalecimento pessoal, terapia e a ajuda psicológica e psiquiátrica, é possível superar um relacionamento abusivo.
“Essa pesquisa corresponde apenas a um recorte de uma realidade latente no Brasil, afinal, muitas mulheres não chega a denunciar o parceiro. Em primeiro lugar, elas recorrem à família, seguida pelos amigos. A ida em uma delegacia aparece apenas em terceira opção na pesquisa da do Datafolha, por isso é importante que o público feminino, principalmente, tenha conhecimento do que é considerado uma relação abusiva e saiba como se proteger”, ressalta Ana.
Como identificar que a relação mudou seu rumo?
Em uma relação saudável, ambos nutrem afeto, respeito, confiança, admiração, empatia, tolerância diante de divergências e, acima de tudo, uma comunicação eficaz e assertiva. “Já o relacionamento abusivo desvaloriza aspectos fundamentais como autoestima, amor-próprio, equilíbrio emocional e autoconhecimento, além de manter um vínculo totalmente nocivo”, destaca a sexóloga Bárbara Bastos.
A mudança pode começar de maneira sutil, como uma crítica a um comportamento, a maneira da mulher se vestir e vai piorando aos poucos, quando o parceiro demonstra que está controlando e perseguindo a mulher. “Esse tipo de relação resulta também na humilhação em público. Exemplo disso é a postura de reprovação do homem quando a mulher expressa suas ideias durante um encontro entre amigos ou familiares, por exemplo. Ao notar que o outro não gostou, a pessoa se sente intimidada, envergonhada, acaba se calando e ficando apática”, destaca a psicóloga Monica Machado.
Comodismo ou medo?
Além de questões individuais da mulher, como insegurança, sentimento de inferioridade e necessidade de estar com alguém, muitos fatores contribuem para que ela permaneça em um relacionamento abusivo.
“Algumas tendem a acreditar que não encontrarão outra pessoa. Há também pressões familiares ou sociais, dependência emocional, dependência financeira, medo de se expor e até culpa, pois, muitas vezes, o agressor a responsabiliza pelo comportamento manifestado por ele”, afirma Bárbara Bastos.
Quem passa por esses abusos, “finge” já ter se acostumado, e prefere continuar do jeito que está do que enfrentar os desafios que virão pela frente.
“Essa acomodação pode estar relacionada à própria personalidade da pessoa, alguém que frequentemente se sente frágil e, mesmo sendo abusada, se sente protegida pelo outro. Daí, cria-se uma relação simbiótica, na qual um depende emocionalmente do outro, formalizando um processo de desrespeito e submissão, que é alimentado continuamente”, explica Claudia Petry, pedagoga com especialização em sexologia.
Como procurar ajuda?
Em caso de violência física e/ou psicológica, é imprescindível conversar com alguém de confiança e procurar ajuda profissional imediatamente.
“Muitas mulheres se sentem envergonhadas e preferem se calar. No entanto, essa ferida pode gerar um trauma e levar a transtornos mentais graves. Guardar para si é alimentar a continuidade da situação, e não pensar que alguém próxima também pode ser vítima algum dia”, finaliza Danielle Admoni.
Para denunciar e/ou pedir ajuda, ligue para a Central de Atendimento à Mulher no 180 ou chame pelo WhatsApp no (61) 99610-0180.
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