Estamos há poucas horas do evento mais falado dos últimos dias, a maior pista de dança do mundo recebe os últimos ajustes para enfim ser aberta. Isso porque, hoje às 21:45, o cartão postal favorito do mundo é palco de mais um marco na história: Madonna comemora os 40 anos de carreira num show gratuito da ‘The Celebration Tour’ nas areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Cerca de 1,5 milhões de pessoas vão acompanhar o encerramento da sua décima segunda turnê e o evento está sendo tratado como um segundo Réveillon, em pleno maio: esquemas de segurança, limpeza, trânsito e transporte público foram replicados pela Prefeitura do Rio para preparar a cidade durante o grande espetáculo. E vamos combinar que a Rainha merece toda essa estrutura, né?
Poucos nomes ressoam tanto poder como o de Madonna, seja onde for: na música pop, na moda ou até mesmo na política. É uma tarefa impossível ignorar as influências culturais que esse ícone de genialidade artística já deixou para a história, dona de um legado que transcende gerações e continua mais vivo do que nunca.
Até porque, se manter atual e relevante nunca foi um problema para a lenda. Eu diria que a Madonna é uma das raras exceções de artistas que encaram perfeitamente a todos os desafios de adaptação entre as décadas de trabalho, dentro e fora da arte.
A anfitriã da noite é cantora, compositora, dançarina, produtora musical, atriz e além de tudo isso, mãe de primeira. Madonna tem seis filhos, sendo quatro deles adotados do Malawi. Precisou enfrentar as críticas que envolveram todas as adoções e se mostrou mais uma vez, uma mulher forte e referência de resiliência para o amor. Seus companheiros de turnê já estão acompanhando a mãe em Copacabana e costumam participar dos shows, o que será que eles aprontam por aí?
São muitos os momentos de protagonismo dessa figura firme e destemida que conquistou não só uma legião de fãs, mas sim, toda uma comunidade. Além do sonho que vivemos hoje à noite, vamos relembrar mais alguns momentos históricos de sua brilhante carreira:
Aliança com a comunidade LGBTQIAP+ Mesmo com o estigma criado após o início da epidemia de AIDS nos anos 80, Madonna nunca se mostrou intimidada em promover a luta pela igualdade, acolhimento e conscientização nas questões associadas à comunidade. O hino “Vogue” é um exemplo de como a artista conseguiu dar visibilidade a um ritmo que, originalmente, era popular entre o público afro-americano e latino nos subúrbios de Nova Iorque. Hoje, dançamos em celebração da diversidade e do amor!
A cantora é um exemplo ativista e sempre usou os seus canais para defender os direitos LGBTQIAP+. No show que acontece daqui há pouquinho, uma homenagem às vítimas da AIDS é feita ao som de “Live to Tell’: num mural iluminado, rostos dos que enfrentaram e perderam a batalha para a doença cruel que devastou mais de 40 milhões de pessoas até hoje. Como uma surpresa maravilhosa para o público brasileiro, Madonna deve incluir imagens de Cazuza e Renato Russo ao momento, dois ícones que também morreram em decorrência da doença.
Rainha do pop… e do cinema! Não só de hits na música se faz Madonna, em Hollywood também. Quem não se emocionou ao assisti-la no papel de Eva Perón, política ativista e primeira dama da Argentina, no musical Evita?
Esse sem dúvidas, é o ponto mais alto de sua carreira no cinema. Já havia estreado em outros filmes como “Procura-se Susan Desesperadamente” (1985) e “Quem é Essa Garota?” (1987), mas foi no clássico musical dirigido por Alan Parker em 1996 que Madonna surpreendeu à crítica e o público com uma performance que brilha até os dias de hoje. O papel lhe rendeu inúmeras indicações de Melhor Atriz nas mais importantes premiações do cinema, como o BAFTA e o Globo de Ouro — saindo como a grande vencedora deste na edição da premiação que aconteceu no mesmo ano de estreia do filme.
Quem aí já tem a letra de “Don’t Cry For Me Argentina” na ponta da língua para mais tarde?
Blonde Ambition Tour (1990) Quanto custa entrar para a história? Para Madonna: performance, sensualidade e muita autenticidade. A terceira turnê da cantora carrega um legado irreverente para a história da música pop. Um espetáculo que reuniu tudo o que consagra a artista como uma digna de realeza.
Foi durante a turnê que o ilustre “sutiã cone” fez a sua primeira aparição. A peça criada por Jean-Paul Gaultier e feita exclusivamente para o figurino da turnê, validou a alta costura como parte essencial dos futuros concertos de música pop.
As performances polêmicas e controversas marcaram toda a jornada de Madonna na música. Defensora da linguagem do sexo nas apresentações, a cantora chegou a enfrentar as autoridades do Canadá durante a passagem da turnê na cidade de Toronto. Os policiais ameaçaram prender a cantora caso não alterasse a coreografia da música “Like a Virgin”, onde acompanhada de dois dançarinos e uma icônica cama de casal vermelha posicionada no centro do palco, reproduzia uma simulação de masturbação.
Esses são só alguns dos momentos que marcaram essa jornada que, até hoje, é reconhecida como uma das melhores turnês já produzidas. Mal posso esperar para assistir todas as referências à essa turnê no show de encerramento da Celebration Tour, aqui em Copacabana.
Madonna sempre foi corajosa e uma mulher à frente do seu tempo. Pode ter certeza que ainda temos muito o que aprender com essa diva, que sempre se preocupou em expressar a confiança que nos faz ser como ela: independentes com uma pitada de ousadia. Com uma trajetória como essa, o que basta ser dito é algo bem simples: Vida longa à Rainha do Pop!
Eaí, gostou desse conteúdo? Mais como esse você consegue assistir no meu programa na Band TV Rio, o Vem Com a Gente, ao vivo de segunda à sexta. Me siga no Instagram para mais dicas como essa, é o @gardeniacavalcanti.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.