Agosto Dourado é a campanha pelo incentivo à amamentação Reprodução
O leite materno tem uma composição muito rica em nutrientes, além da imunidade que a mãe passa ao bebê. Não existe leite fraco. O que pode acontecer é algumas mães não terem produção adequada, mas isso pode ser corrigido. Por exemplo, a pega do bebê pode estar inadequada para sucção, e o médico poderá atestar. Complementar a alimentação dos pequenos é um mito muito reproduzido pelas avós.
Quais são os problemas mais comuns na amamentação?
Muitas mães se desesperam ao levar os filhos na consulta pediátrica e constatarem que a criança não ganhou peso adequado nos primeiros meses de vida. Isso pode ser devido à ineficiência da sucção do bebê; por língua presa ou disfunção motora oral; baixa transferência de leite; estresse materno ou depressão perinatal; mãe com alguma cirurgia na mama que reduza a quantidade de glândula mamária; um processo infeccioso na mama, como a mastite; introdução precoce de chupeta; doenças congênitas, como cardiopatias; alergias, como à proteína ao leite de vaca que está na dieta da mãe.
Vale destacar que o leite de fórmula é recomendado somente para mães HIV+; doenças graves, como galactosemia; entre outras específicas. No entanto, é importante diferenciar o leite de vaca in natura, com 100% dos ingredientes lácteos, dos outros. Compostos lácteos não são indicados para crianças menores de um ano. Já as fórmulas infantis, que são consideradas de partida, cadastradas pela Anvisa, são destinadas à alimentação de lactentes sob prescrição do profissional de saúde. Elas são classificadas por números, de acordo com a idade prescrita pelo médico que acompanha a criança.
Uma dúvida bastante comum nos consultórios é sobre as fissuras nos seios. Quando elas aparecem é necessário trocar o leite materno por fórmulas, mesmo que temporariamente. Popularmente conhecido como ‘peito rachado’, acontece devido à técnica incorreta de pega ao seio materno. Portanto, devemos orientar essa mãe à técnica correta, bem como a mudança de posição do bebê para a amamentação, ordenhar o seio antes das mamadas, aplicação de leite materno ali no local, e analgésicos.
Outra dúvida é sobre a extração do leite. No caso de precisar retirar o leite através de bombas, a orientação é que esvaziem o seio até que ele fique “murcho”. O armazenamento tem que ser feito em potes com tampas de rosca, ou com boa vedação, e também em sacos específicos para estocagem de leite. O conteúdo pode ser preservado na geladeira por até 12 horas e no freezer por 15 dias.
Dados do Ministério da Saúde, de 2022, demonstram que em 1986 o percentual de crianças brasileiras com menos de seis meses alimentadas exclusivamente com leite materno não passava de 3%. Em 2008, já tinha atingido os 41%. Atualmente, a amamentação exclusiva chega aos 46%, percentual próximo aos 50% que a OMS estipulou como meta a ser atingida pelos países até 2025. Além disso, seis em cada dez crianças (60%) são amamentadas até completar dois anos de idade.
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