Exposição Exibe Obras de Artistas da Baixada FluminenseDivulgação
Com curadoria, ou melhor, curandeiria de Junior Negão, a partir das beberagens de Andrea Mendes e a proposta de “contrapor o longe” de Keyna Eleison, a exposição aprofunda a pesquisa sobre as "Insurgências Suburbanas", convidando o público a refletir a respeito da arte a partir da perspectiva suburbana e periférica, ressaltando a importância da representatividade e gerando impacto positivo e inclusivo na cena artística fora dos centros. A diversidade e a pluralidade da seleção de artistas reflete essa representatividade, com vozes negras, indígenas, periféricas e LGBTQIAP+, destacando a importância da representatividade e gerando um impacto positivo na cena artística fora dos centros tradicionais.
Artistas da Baixada em destaque
Dos 32 artistas, de diferentes lugares do Rio de Janeiro e de outros estados, destacam-se os da Baixada Fluminense:
Lucas Finonho é graduando em Artes Visuais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e também já frequentou cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Participou de diversas exposições institucionais coletivas e realizou sua primeira exposição individual no MAR. Reconhecido pela juventude e pelos coletivos culturais da Baixada, foi premiado com a melhor pintura do ano no Prêmio BIC 2023.
Goomes é um artista visual carioca, natural de Duque de Caxias. Frequentar o Centro do Rio de Janeiro despertou nele uma nova atenção para as pessoas no ambiente urbano, o que inspirou seu interesse em fotografar essas cenas. A fotografia foi o ponto de partida, permitindo-lhe explorar diferentes caminhos e perspectivas. Essa experiência lhe deu a confiança necessária para experimentar a pintura. Imerso nos estudos de aquarela, guache e óleo, Goomes conseguiu finalmente transpor suas ideias e emoções para o papel e as telas.
Juan Calvet, artista de 25 anos, cria de Mesquita, Baixada Fluminense, e com raízes em Unamar, Cabo Frio, é um multi-artista que usa sua arte como expressão pessoal, com grande destaque. Desde pequeno, sentiu a falta de representação e acesso à cultura nas regiões onde viveu, o que o levou a colocar sua cor e as vivências de sua área em cada trabalho que realiza.
Mayra Carvalho é artista visual e pesquisadora contracolonial, nascida na Baixada Fluminense. Sua pesquisa explora a força e as confluências dos rios flutuantes como transmissores de mensagens. Seus trabalhos abordam a cosmopercepção, ancestralidade e saberes, refletindo sobre como os ritmos naturais, ritos e fluxos de ventos, rios e terras se entrelaçam com as forças espirituais de sua etnia.
Suellen Duduwa, nascida em São João de Meriti em 1990, cresceu na comunidade Chico Mendes e atualmente reside em São Paulo. Autodidata desde a infância, desenvolveu sua paixão pela arte através da internet. Em 2021, transformou essa paixão em profissão, especializando-se em escultura e pintura a óleo. Seu despertar artístico ocorreu aos 14 anos com um prêmio de ilustração. Durante a pandemia, dedicou-se à valorização da arte afro-brasileira, resgatando narrativas ancestrais e desafiando visões eurocêntricas. Suas obras abordam questões sociais e culturais, destacando sua participação em exposições internacionais, como no Consulado Geral de Angola e no Museu Nacional do Louvre, em Paris.
Democratizando a Arte
O Galpão 808, berço da Paralela.22, é mais do que uma galeria. É um espaço de expressão e empoderamento, nascido da necessidade de fomentar cultura e arte para o subúrbio. O curandeiro Junior Negão explica o intuito desse espaço:
“Paralela.22 é uma exposição anual produzida pelo Ghetto Coletiv, e acontece no Galpão 808, espaço que surgiu para democratizar o acesso à cultura e como opção de lazer para a comunidade. Nasce da falta territorial de alguns aspectos, como cultura e arte, e da falta de lugares e coletivos para se expressar com capacidade de desenvolver potências femininas, potências pretas, potências suburbanas. O propósito do Ghetto é dar conta dessa visibilidade, de tantas potências, é dar visibilidade a tantos saberes que formam uma rede muito potente, que a academia não vai dar conta, que a tradicionalidade não vai dar conta, que o eurocentrismo não vai dar conta, tá ligado, essa grande egrégora. Então quando a gente pensa no Ghetto, a gente pensa em olhar realmente o subúrbio e a potência dele.”
Para retirar ingresso gratuito, acesse aqui.
Serviço:
Exposição Paralela.22 ano 24 "Beberagens para sustento da ancestralidade em tempos contemporâneos"
Data: 28 de setembro até 19 de outubro de 2024
Local: Galpão 808, Rua Arquias Cordeiro, 808, Zona Norte, Rio de Janeiro
Entrada Gratuita
Classificação: Livre
Local: Galpão 808, Rua Arquias Cordeiro, 808, Zona Norte, Rio de Janeiro
Horários de visitação: Terça a sexta: 11h às 17h / Sábado: 11h às 14h
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