Armínio Fraga afirmou que desorganização fiscal prejudica a população de baixa rendaBel Pedrosa/World Economic Forum

São Paulo - O ex-presidente do Banco Central e fundador da gestora Gávea Investimentos, Armínio Fraga, afirmou nesta terça-feira, 19, que não se arrepende do voto no presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última eleição, mas que esperava mais.
"Estávamos indo para um caminho pior", disse Armínio, que acrescentou que o risco de golpe foi real. O economista, porém, declarou que a situação poderia estar melhor e que está um pouco perplexo.
"O presidente, no campo fiscal, rapidamente adotou um discurso raivoso, como se fosse uma grande maldade, quando a gente sabe que em um mundo fiscal bagunçado quem se ferra sempre são os pobres", afirmou, durante a live Cenários com Sonia Racy.
Ao comentar sobre a preocupação de colegas com a evolução do cenário brasileiro, porém, Armínio ponderou que, embora o País não vá entrar em uma trajetória espetacular de crescimento, há certo pragmatismo. "O próprio Centrão — que é muito criticado e existem razões para críticas —, ele é muito pragmático também. Quando a coisa vai piorando, eles dizem: opa, isso aqui não está bom. Eles aprovaram várias reformas desde o Temer", acrescentou. "Nosso desempenho infelizmente é modesto, mas digo vai trabalhar, não fica se preocupando muito com isso não."