Setor de petróleo e gás tem a melhor média salarial do país, segundo levantamento feito pela FirjanDivulgação

A área de Extração de Petróleo e Gás Natural registra salário médio inicial de R$ 9.605 — quase cinco vezes mais que a média nacional (R$ 1.944). A informação é destacada pela Firjan a partir de análise baseada no salário real — salário nominal, descontada a inflação — praticado em 2022. Além de se sobressair em termos absolutos, a área de Extração de Petróleo e Gás Natural teve, na comparação com 2021, avanço de 10,8% no salário de admissão, o segundo maior aumento entre todas as divisões econômicas.
“Percebemos um movimento de redução da taxa de desemprego e então fizemos a análise para entender também quais seriam os destaques positivos com relação aos salários. Essa é uma forma de contribuir com informações para as empresas e também para aqueles que estão em busca de melhores oportunidades. Importante ressaltar que para conquistar vagas de emprego com salários acima da média as especializações são fundamentais”, diz o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart.
“As transformações na indústria 4.0 exigem atenção permanente à formação e qualificação profissional. Trabalhadores mais qualificados são imprescindíveis para aumentar a competitividade e produtividade das empresas e também do país”, reforça o presidente em exercício da Firjan, Luiz Césio Caetano.
O segundo maior salário médio de admissão (R$ 6.185), de acordo com o levantamento da Firjan, foi registrado em Organismos Internacionais e Outras Instituições Extraterritoriais, que englobam atividades em embaixadas e consulados estrangeiros no Brasil. Em terceiro lugar está a área de Pesquisa e Desenvolvimento Científico, com salário médio de admissão de R$ 4.884.
Em seguida, destacam-se as áreas de Atividades dos Serviços de Tecnologia da Informação (R$ 4.771), Atividades de Serviços Financeiros (R$ 4.288), Atividades de Apoio à Extração de Minerais (R$ 4.021), Atividades de Sedes de Empresas e de Consultoria em Gestão Empresarial (R$ 3.781), Eletricidade, Gás e Outras Utilidades (R$ 3.718), Atividades Auxiliares dos Serviços Financeiros, Seguros, Previdência Complementar e Planos de Saúde (R$ 3.715), Seguros, Resseguros, Previdência Complementar e Planos de Saúde (R$ 3.684).
Destaque para a área de Engenharia
Na análise por ocupações, os profissionais de engenharia se destacam. Entre as dez categorias profissionais com maiores salários médios de admissão, sete são de engenheiros. Os Engenheiros em Computação (R$ 13.281) lideram o ranking e se destacam também na variação frente ao ano anterior (+18,5%). O aumento do salário de admissão desse tipo de profissional superou R$ 2 mil, o maior entre todas as famílias ocupacionais analisadas. Além dos engenheiros, também aparecem na lista Médicos Clínicos, Geólogos e Geofísicos e Pesquisadores de Engenharia e Tecnologia.
A Firjan ressalta que o processo de transformação digital em curso nas empresas tem exigido, cada vez mais, o investimento em profissionais e serviços de tecnologia da informação. Para a federação, a presença dos Engenheiros em Computação e da atividade de Serviços de Tecnologia da Informação entre os maiores salários de contratação confirma essa tendência. Também há destaque, segundo a federação, para o segmento de Pesquisa e Desenvolvimento, tanto no ranking setorial quanto no de ocupações, em linha com a busca crescente por soluções inovadoras nos negócios por parte do setor produtivo.
Serviços e Indústria registram médias salariais superiores
Na análise por grandes setores, Serviços (R$ 2.064) e Indústria (R$ 2.009) — contemplando as indústrias de Transformação, Extrativa, Construção e os Serviços Industriais de Utilidade Pública — tiveram destaque, com médias superiores ao agregado da economia. Por sua vez, o salário médio de admissão da Agropecuária ficou em R$ 1.710 e, do Comércio, em R$ 1.689. Já o recorte por unidades da federação mostra que os maiores salários médios de contratação foram registrados em São Paulo (R$ 2.269), Rio de Janeiro (R$ 2.055) e Distrito Federal (R$ 2.027).
A Firjan destaca que o acompanhamento das tendências do mercado de trabalho formal é essencial não apenas para os profissionais que buscam as melhores posições, mas também para o setor produtivo. Estudo recente da federação alertou para o fato de que os pedidos de demissão voluntária por parte de trabalhadores qualificados têm crescido e atingido justamente profissões ligadas à tecnologia e à inovação. Paralelamente, o desemprego atingiu recentemente 8,1%, menor taxa desde abril de 2015. Dessa forma, a Firjan pontua que, ao longo de 2023, as empresas deverão considerar esse cenário para que consigam manter os bons profissionais e atrair novos talentos, sob o risco de ficar para trás na corrida por competitividade.
O gerente de Estudos Econômicos da Firjan também pontua que, apesar da melhora do mercado de trabalho nos últimos anos, são necessárias medidas para o crescimento econômico sustentável. “Olhando para o médio prazo, precisamos de variáveis que façam com que a economia brasileira seja mais robusta e eficiente. Nesse cenário, as reformas que estão sendo pleiteadas, sobretudo a tributária, têm papel fundamental para um crescimento de longo prazo mais sustentável”, reforça Goulart.