Rio - Com sevidores e docentes ainda sem receber o salário de maio e o 13° de 2016, o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) divulgou nesta quinta-feira uma nota de repúdio aos atrasos no pagamento pelo governo do estado. O documento enumera os efeitos que a crise vem causando à instituição e destaca, entre eles, a redução do número de inscrições no vestibular, que caíram pela metade.
“As recém-encerradas inscrições de candidatos ao vestibular tiveram drástica redução, passando de 80.243 em 2016 para 37.393 este ano, o que significa uma queda percentual de quase 55%. Não bastando o sério prejuízo presente, também começa a ser comprometido o futuro de novas gerações, em especial das classes populares, que dependem da universidade pública para a continuidade de seus estudos”. Outro reflexo destacado pelo colegiado foi a redução dos atendimentos no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), em Vila Isabel, zona norte do Rio.
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Além dos atrasos nos salários, o documento destaca ainda o não pagamento das bolsas de estudante e o parcelamento em três vezes da remuneração de abril. O colegiado defende que houve descumprimento da liminar obtida na Justiça Federal pela Ordem dos Advogados do Brasil seccional do Rio de Janeiro (OAB-RJ), que obriga o governo do estado a pagar os salários dos servidores da Uerj juntamente aos dos profissionais da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc).
O Fórum acrescentou que, apesar da falta de pagamento e da liberação de recursos para a manutenção da universidade, as atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão continuam a ser feitas, embora fora da normalidade. “Tal esforço, empreendido por todos os profissionais desta relevante instituição, traduz o respeito que temos pela população do estado, em especial por nossos estudantes, bem como o cumprimento de nossa missão como universidade pública de qualidade e socialmente referenciada”, indicou.