Equipamento foi desenvolvido para detectar caminhos no meio de escombros e atuar em desabamentos - Divulgação
Equipamento foi desenvolvido para detectar caminhos no meio de escombros e atuar em desabamentosDivulgação
Por O Dia
No último sábado, 31 de agosto, a prova prática da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), na Etapa Regional, testou os nervos de aço das equipes na Universidade Veiga de Almeida, na Tiju,a Zona Norte do Rio. A tarefa não foi fácil: criar um robô para praticar ações do bem, cujo principal objetivo é o resgate de vítimas. A equipe Thunder, da Faetec Ferreira Viana, brilhou na competição e conquistou o segundo lugar. Andrew Ribeiro, Fabrício Braga, Felipe de França e João Vitor dos Santos, alunos de Mecânica e Eletrônica da instituição, apresentaram dois robôs construídos em sala de aula.

Os robôs foram feitos com blocos de encaixe da Lego Mindstorms, dois sensores de luz para seguir a linha preta no percurso, um sensor ultrassom para identificar e desviar de objetos, e uma garra para capturar a vítima. A construção do robô envolveu conhecimentos de mecânica, eletrônica, programação de computadores, além de elementos de matemática e física. Os robôs dos alunos são conhecidos como "robô seguidor de linha", devido a sua principal função que é, através da leitura de sensores, detectar onde existe um caminho na superfície. O robô que ganhou o segundo lugar da competição precisou seguir um caminho determinado pela Olimpíada, com linhas retas, curvas, subida em uma rampa e obstáculos, não podendo sair das linhas determinadas. A principal meta era resgatar vítimas, com simulação de escombros, onde o robô se comporta como um bombeiro, desviando de obstáculos, procurando por vítimas e atuando no resgate. Cada prova executada pelo robô foi pontuada na competição pelos árbitros. O resultado foi divulgado a cada etapa realizada na competição.

Um dos alunos medalhistas, João Vitor dos Santos, de 15 anos, comemorou o segundo lugar no evento. “Ficamos muito felizes com a medalha de prata nessa etapa da Olimpíada Brasileira de Robótica. Para construirmos os robôs, pesquisamos bastante e cada um fez a sua parte. Um mexeu na parte computacional, o outro na mecânica do robô, sempre tentando melhorar o projeto. E não vamos parar por aí”, afirmou animado o aluno competidor. A equipe Thunder é veterana em campeonatos sobre tecnologia e robótica. No início do ano eles participaram da etapa Regional do Torneio Juvenil de Robótica e conquistaram quatro medalhas, sendo duas de ouro e duas de prata.

Presente no evento, o professor dos alunos da Faetec Ferreira Viana, César Augusto Bastos, destacou a importância da participação dos estudantes em olimpíadas. Segundo ele, somente três escolas públicas estavam participando da competição deste sábado. "Fico muito feliz por termos alcançado o pódio. A Olimpíada é uma grande oportunidade de praticar e trocar conhecimentos. Participar de eventos, feiras e competições é uma oportunidade de praticar o que já estudou e perceber o que ainda pode ser aprimorado, além de se manter atualizado na sua área de estudo", afirmou ele que é professor de Física e da Oficina de Robótica da Rede Faetec.

Durante todo o evento, foram 62 equipes competidoras, sendo 16 do Ensino Fundamental e 46 do Ensino Médio, totalizando a participação de 260 alunos de seis até 18 anos. Para o coordenador local da OBR e membro do Conselho Estadual, Thiago Alberto Ramos, a Olimpíada acarreta a possibilidade de inovação para os alunos. "É contribuir para o meio técnico-científico onde você envolve toda essa juventude para poder desenvolver processos tecnológicos, criatividade e inovação. Muito mais do que um evento é um processo pedagógico", destacou Ramos.

As equipes vencedoras irão participar da Etapa Estadual, no Palácio Quitandinha, em Petrópolis, no dia 22 de setembro. Em seguida, os alunos passam para a Etapa Nacional, no Rio Grande (RS), entre os dias 22 a 26 de outubro de 2019.

A Olimpíada

A Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) recebeu 200 mil inscrições em todo país para a edição de 2019. O objetivo do programa é estimular jovens de até 19 anos a ingressarem em carreiras científico-tecnológicas, identificar jovens talentosos e incentivar a robótica pelo Brasil. A Olimpíada é destinada para todos os estudantes de escola pública ou privada do Ensino Fundamental, Médio ou Técnico em todo o território nacional, e é uma iniciativa pública, gratuita e sem fins lucrativos.

A OBR é dividida pelas etapas Estadual, Regional e Nacional, e possui as modalidades teórica e prática. Na modalidade teórica, os participantes respondem questões que compõem a prova escrita preparada pela Comissão de Elaboração de Provas, formada por professores e pesquisadores de diversas instituições de ensino. A prova é aplicada simultaneamente em todas as escolas participantes do país. Os melhores alunos desta modalidade recebem medalhas de ouro, prata e bronze e de mérito, de acordo com o desempenho em nível nacional. Já na modalidade prática, os alunos devem montar um robô para concorrer na OBR.