Pesquisa mostrou Lula com 53,2% dos votos válidos e Jair Bolsonaro com 43,8%Reprodução PR e PT/montagem iG - 29/09/2022

São Paulo - Os prefeitos têm sido cada vez mais atraídos a entrar de cabeça na campanha presidencial deste ano. Tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o atual, Jair Bolsonaro (PL), investem pesado nas máquinas municipais tendo em vista que em 14 Estados e no Distrito Federal a disputa para governador já terminou. E, ao menos no papel, o atual chefe do Executivo leva vantagem: seu partido, o PL conquistou 345 prefeituras em 2020, quase o dobro das 183 alcançadas pelo PT.

Com Bolsonaro na Presidência, outras legendas que orbitam na base federal ampliaram sua influência. O PP, por exemplo, conquistou 685 cidades em 2020 — crescimento de 40% em relação às eleições de 2016. O Republicanos, partido do candidato ao governo paulista Tarcísio de Freitas, saiu-se vitorioso em 211 municípios e o PTB, do ex-deputado Roberto Jefferson, venceu em 212. Assim, o presidente tem, em tese, 1.453 prefeitos fazendo campanha para ele.

Já do lado adversário, o PT enfrenta mais dificuldades para levar seu discurso à ponta. Além de não comandar nenhuma capital, o partido perdeu capilaridade nos últimos anos. Em 2016, apesar do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o resultado foi melhor: 256 prefeitos eleitos.

Diante do cenário, o papel de atrair lideranças municipais tem sido repassado ao candidato a vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), que foi vereador e prefeito de sua cidade, Pindamonhangaba, no interior paulista. "Além do presidente Lula, vocês terão na vice um parceiro cuja maior paixão na vida é 'prefeitar': entender os desafios locais e construir soluções para eles", afirma Alckmin em um vídeo postados nas redes sociais na terça-feira, 25.

Máquina

Do lado bolsonarista, o foco é utilizar o apoio dos governadores dos três maiores colégios eleitorais do Brasil — São Paulo, Rio e Minas. Com essa intermediação, o presidente se reuniu ao longo da última semana com mais de mil gestores municipais. Só no dia 20, Bolsonaro esteve com mais de 530 prefeitos de São Paulo ao lado do atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB).

A cientista política Tathiana Chicarino destaca que o uso da máquina não necessariamente gera mobilização efetiva do eleitorado. "O caso de Garcia em São Paulo é exemplo disso. Em Minas há um padrão histórico que mostra existir entre os eleitores uma dissociação entre o voto para presidente e o voto para governador", disse ela, em referência ao voto 'Luzema', dado a Lula e ao governador reeleito Romeu Zema (Novo)
* Com informações de Estadão Conteúdo