Leniel Borel, pai de Henry Borel, foi o oitavo vereador mais votado do Rio, com 34.359 votosArquivo O Dia
Oitavo vereador mais votado do Rio, Leniel Borel celebra vitória: 'Vou lutar pelos filhos de todos'
Pai do menino Henry Borel, brutalmente assassinado em 2021, recebeu 34.359 votos
Rio - Eleito vereador da cidade do Rio com 34.359 votos neste domingo (6), se tornando o oitavo mais votado do município, Leniel Borel (PP), pai do menino Henry Borel, comemorou a vitória nas urnas. O engenheiro, que também foi o mais votado do seu partido, pediu justiça pelo filho e declarou que o principal objetivo do mandato é defender os direitos das crianças e adolescentes.
"É um momento de muita emoção. Os meus eleitores estiveram comigo na luta por justiça pelo meu filho, nosso anjo Henry Borel, e, agora, vou lutar pelos filhos de todos, para protegê-los contra a violência. Fui honrado com o poder do voto, e não vou deixar a luta por justiça parar. Vamos juntos tornar o Rio um lugar mais seguro para os nossos pequenos", disse Leniel nas redes sociais.
Ele se reuniu com um grupo de apoiadores para gravar um vídeo celebrando a eleição. Vestido de preto, Leniel ergueu uma faixa com fotos de Henry e dizeres pedindo justiça pelo menino. Depois do discurso, o grupo também comemorou o fato de Leniel ter sido o mais votado do partido.
O Progressistas vai ocupar três cadeiras na Câmara de Vereadores. Além de Leniel, Felipe Michel e Vera Lins também foram eleitos.
Conforme divulgado no seu site de candidatura, com o cargo, Leniel promete buscar educação em horário integral nas escolas da cidade e formas de capacitar as unidades nas ações de proteção às crianças. O novo vereador também afirma que vai cobrar políticas públicas para "identificar e tirar crianças do cenário de agressão".
Trajetória
O engenheiro se destacou na luta por justiça ao seu filho de 4 anos, morto em março de 2021. Henry foi assassinado pelo padrasto, o ex-vereador Jairo Souza Santos, o Jairinho, e pela mãe, Monique Medeiros. Desde então, Borel cresceu como figura pública e passou a se dedicar à militância pelos direitos das crianças e adolescentes, além de lutar a favor da prisão de Jairinho e Monique.
Do luto à luta, ele fundou a Associação Henry Borel no Recreio, Zona Oeste, com objetivo de garantir os Direitos Humanos de crianças e adolescentes vítimas de qualquer tipo de violência. Segundo Leniel, a organização, que oferece orientação jurídica, psicológica e atividades socioeducativas às vítimas e famílias, já realizou quase três mil atendimentos gratuitos.
Leniel também lutou pela aprovação da Lei Henry Borel, que entrou em vigor em maio de 2022. A legislação cria mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e ao adolescente. Funcionando de maneira similar à Lei Maria da Penha, o regulamento tornou o assassinato de menores de 14 anos crime hediondo, ou seja, inafiançável.
Em abril deste ano, nasceu Valentina, a segunda filha do engenheiro, fruto do relacionamento dele com Laryssa Borel. Na ocasião, o casal celebrou a chegada da menina e Leniel declarou que este era um "novo começo".
Caso Henry
Em março de 2021, o menino Henry Borel, de apenas quatro anos, morreu. No início da manhã do dia 8 de março daquele ano, Jairinho e Monique, padastro e mãe da criança, o levaram para o hospital com queixas de que ele tinha dificuldades para respirar.
No entanto, imagens divulgadas com o avanço das investigações mostram o menino sendo carregado já sem vida no elevador do prédio onde Monique morava com o ex-vereador Jairinho. O laudo de necropsia apontou que Henry sofreu 23 lesões na madrugada da morte.
Um mês depois da morte da criança, Monique e Jairinho foram presos por assassinato. A versão contada pelo casal foi de que ele sofreu um acidente no quarto, mas as investigações da Polícia Civil constataram que o vereador agredia o menino com chutes e golpes na cabeça, tudo com conivência da mãe. Até o momento, os dois seguem presos, aguardando julgamento.
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