Daniel Alves foi condenado a quatro anos e meio de prisãoAFP

Rio - A advogada da vítima de Daniel Alves, Ester García, apontou o risco de fuga mesmo sem passaporte. A justiça espanhola aceitou o pedido de liberdade provisória da defesa após o pagamento de fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões). Em entrevista ao canal "Telecinco", a advogada ressaltou o alto poder econômico do ex-jogador para conseguir contornar a ausência de passaporte e fugir da Espanha.
"O Brasil não tem extradição e aqui está o grande risco. Ele não tem passaporte, mas tem potencial econômico suficiente para viajar sem passaporte. Insisto nisso: é uma pessoa que tem um entorno que nenhum cidadão comum tem", disse a advogada da vítima, que ficou desapontada e frustrada com a decisão da justiça espanhola.
"Ela (a vítima de Daniel Alves) está muito indignada, muito desesperada e muito frustrada, como eu. Não encontro explicação jurídica para esta resolução. Ela sente que acreditaram nela, mas desde ontem sente que todo seu esforço não serviu para nada", completou a advogada.
Antes de conseguir a liberdade provisória, Daniel Alves teve cinco pedidos negados pelo Tribunal. Além do pagamento de fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões), o ex-jogador precisou entregar os passaportes brasileiro e espanhol. Ele precisará comparecer semanalmente ao Tribunal Provincial e está proibido de qualquer contato com a vítima.
Daniel Alves foi condenado a quatro anos e meio de prisão por agressão sexual contra uma mulher, no banheiro de uma boate em Barcelona, em dezembro de 2022. O Tribunal também determinou cinco anos adicionais de liberdade condicional, além de uma ordem de restrição para não ter contato com a vítima por nove anos. Ele ainda pagou uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil).