Thiago Almada, do Botafogo, é a contratação mais cara do futebol brasileiro: R$ 137,4 milhões Vitor Silva/Botafogo
Campeão com a Seleção critica número de estrangeiros no futebol brasileiro: 'Muito ruim'
Ex-jogador acredita que situação atrapalha na formação de jogadores jovens
Tetracampeão do mundo com a seleção brasileira em 1994, Ricardo Rocha criticou o excesso de atletas estrangeiros no futebol brasileiro. O ex-jogador acredita que isso prejudica na formação de novos talentos no país. No novo regulamento de competições da CBF, os times podem relacionar até nove estrangeiros por partida - o número anterior era de sete.
Par explicar seu ponto de vista, Ricardo Rocha citou o caso de Thiago Almada, argentino que foi contrato pelo Botafogo na segunda janela de transferências de 2024 por R$137,4 milhões, sendo a mais cara da história do futebol brasileiro. Almada foi um dos destaques da conquista da Libertadores.
"Tem muito estrangeiro nos clubes. Isso é muito ruim, porque você não consegue revelar jogador. O jogador revelado na base é vendido muito cedo, antes dos 18 anos. Esses jogadores saem do Brasil com 18 anos, praticamente não ficam no Brasil", disse, em participação do 1º Congresso Futebol e Finanças, realizado em Santos.
"Estamos com problemas de formação de meias. A gente não consegue descobrir meias. Os nossos meias jogam pelas bandas. Na base jogam de meia, no profissional jogam pelas bandas. Como o Almada, que é muito bom jogador. Estou falando desses jogadores argentinos, baixinhos... Será que a gente não encontra o Almada no Brasil? Por que a gente não encontra meias no Brasil?", questionou.
Para o ex-zagueiro, outro problema grande a ser resolvido é a saída precoce dos destaques jovens do Brasil, como as vendas de Endrick para o Real Madrid e Estêvão para o Palmeiras, antes mesmo dos 18 anos. Ele citou a transferência de Neymar como algo a ser seguido.
"Vocês têm experiência do Neymar. Com 17 anos, alguns clubes vieram, mas não importa. Ele ficou. Foi muito bom para a carreira dele. Muitos desses jogadores que saem jovens não consegue se firmar no primeiro ano. Quando o Neymar saiu, ele tinha Libertadores, Campeonato Brasileiro... Quando foi para a Europa, já tinha uma certa experiência."
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