Hugo Auradou (à esquerda) e Oscar Jegou, jogadores de rúgbi da FrançaAndres Larrovere/ AFP

A justiça da província argentina de Mendoza resolveu afastar, nesta terça-feira (10), os dois jogadores da seleção francesa de rúgbi do caso em que eram investigados por suposto crime de abuso sexual de uma mulher, após considerar que não havia crime. A medida foi ordenada pela juíza criminal Eleonora Arenas em favor de Hugo Auradou e Oscar Jegou.
Jegou e Auradou, de 21 anos, foram detidos no Judiciário de Mendoza e depois em prisão domiciliar na capital daquela província acusados de abusar de uma mulher adulta em um hotel no dia 7 de julho. O episódio aconteceu após a realização de uma partida contra o Pumas argentino.
Os acusados, que em setembro receberam autorização para retornar ao seu país, declararam ter mantido relações sexuais consensuais com a mulher, o que foi apoiado pela justiça de Mendoza.
"O fato não cabe em figura criminosa, ou seja, o fato é atípico. Concluindo, o fato investigado não constitui crime", explicou a autoridade judiciária de Mendoza.
Depois de tomar conhecimento da decisão, a Federação Francesa de Rúgbi manifestou que "acolhe esta decisão com alívio e satisfação" e anunciou que os jogadores poderão regressar à seleção francesa.
No entanto, a entidade entendeu que "estes acontecimentos lembram-nos a necessidade de criar novas condições para prevenir e evitar comportamentos de risco no rúgbi de alto nível, para formar jogadores responsáveis e exemplares".
A mulher conheceu os dois franceses numa discoteca na noite seguinte ao jogo e, segundo contou, foi violada poucas horas depois num quarto de hotel. Ela concordou em se submeter a exames físicos como parte da investigação.
Após estudo psicológico e psiquiátrico realizado na suposta vítima, a Procuradoria dos Crimes Contra a Integridade Sexual alertou para inconsistências na história. "Observaram elementos compatíveis com exageros e contradições", pelo que solicitaram o arquivamento das acusações.