John Textor Arthur Barreto/Botafogo.

Rio - O Botafogo segue se movimentando no mercado em busca de reforços para seu elenco. Em entrevista ao podcast oficial do clube, John Textor afirmou que o clube segue empenhado em trazer novos nomes e garantiu que Luiz Henrique não foi o único jogador a receber uma proposta de 20 milhões de euros.
"Existe muita discussão sobre o que fizemos nesta janela, o que faremos na próxima janela. Você sabe, o Luiz Henrique não foi o único alvo principal. É muito difícil trazer jogadores da Europa ou que estão na mira da Europa nesta janela porque eles estão jogando. Jogadores da MLS, da América do Sul, estão começando suas temporadas. É um tempo difícil", disse Textor,
"Pessoas de grandes clubes querem estar aqui agora. Luiz Henrique não é a única oferta que fizemos de 20 milhões de euros. Há situações ativas dentro dessa faixa de preço para a próxima janela. Não é mais sobre o dinheiro, é sobre o projeto", completou.
O principal alvo do Glorioso é o meia-atacante Thiago Almada, campeão do mundo com a Argentina em 2022. O dono da SAF alvinegra disse que conversou com o atleta e que ele gostou do projeto.
"Meu trabalho é achar pessoas que querem vir para cá. Você tem que respeitar a vontade dos jogadores e dos clubes. Um monte de gente gosta do Almada, nós gostamos, e eu acho que ele gosta da gente. Mas ele gosta da Europa, gosta da La Liga. Então temos que competir com isso. Mas ele é o melhor jogador do Atlanta, melhor jogador da liga no ano passado, e os torcedores o amam. Temos que respeitar tudo. Mas sim, fomos atrás dele. Nós conversamos de dono para dono, clube para clube", afirmou o empresário.
"Ele gostou do nosso projeto. Mas veremos ele mais um ano. Ele irá receber muitas ligações da Europa e teremos que competir com isso. Estamos na disputa, eu o conheci, nos falamos via vídeo-chamada. Observei-o no Pré-Olímpico, acompanho ele há muito tempo. Tenho boa relação com o Atlanta, temos que respeitar e competir por ele. Não vamos ficar tão animados com ele, porque ele é de outro time. Se não for ele, será outra pessoa. É a dor do ano passado que nos deu a oportunidade nesse ano", finalizou.
Veja outros trechos da entrevista
Ambiente no Botafogo
"Eles sempre dizem que querem ficar aqui. Mas para alguns jogadores, não é um bom lugar para jogar. Alguns torcedores nossos trabalham duro para dificultar as coisas para nossos jogadores. Mas nossos jogadores querem ficar, querem ser campeões. Mas temos que ser realistas. Eles pensam "se não sou querido aqui, preciso sair daqui. Para um lugar onde minha família vá ao shopping e as pessoas não zombem deles". Então, é um equilíbrio. Eu falo muito sobre isso. Se você ama os jogadores, eles te amam de volta. Eu nunca tuitei antes de um jogo. Eu fiquei preocupado com a nossa torcida. Eu estava no jogo e precisávamos ir para a Libertadores, luta pelo G4. Havia tanto ódio. Eu nunca tinha visto isso antes. Os jogadores tocavam na bola, e os torcedores vaiavam. Então fiquei preocupado."
Importância da torcida
"Mas ontem à noite (contra o Bragantino, na primeira partida da LIbertadores), eu não consigo acreditar em como nosso torcida foi boa. Foi diferente. Não estávamos bem. Mas os torcedores foram em frente. Nossa torcida colocou o time nas costas e conseguiu a vitória. O Júnior Santos sente a torcida melhor que todos os jogadores. A torcida tem que entender que quando os jogadores "enlouquecem" em campo, é porque são os torcedores nas cabeças e nos corações deles. Se você vaiar um jogador vestindo a camisa do Botafogo, você pode vestir a camisa do adversário naquela noite. Mas o positivo é que os torcedores estão conosco. Foi o meu retorno ontem, eu fiquei emocionado. Não vai ser sempre assim, temos maneiras específicas de segurar as pessoas nos estádios. Falei com famílias para trazerem crianças. Tinha muitas. Era um som alto, agudo. Eu quero esse som no nosso estádio, quero que ele seja seguro. Teremos identificação facial agora. Não por questões de segurança, mas para melhorar o envolvivemento com o produto. É mais legal você entrar com o seu rosto, pagar para ter produtos com o seu rosto. Você opina, eu sei quem é você. Quero saber o que você pensa, não o que o Twitter pensa."
Busca por meia
"Estamos com um grande elenco, com dois pontas que trouxemos da Europa como Luiz Henrique e Jeffinho, então imagine como este time será quando completo. O meio defensivo está melhorando, o box-to-box também, eu acho que a posição de meio campo ofensivo, por exemplo, deixou os torcedores frustrados porque ficamos fatigados. O Eduardo ajudou a ditar o ritmo do time na primeira metade do ano e depois, quando ele estava fora ou cansado, ficava um vazio."
Receitas
"Eu quero que esse lugar seja conhecido pelo mundo como a capital do futebol. E também as festas que acontecem nos nossos estádios, esse é o motivo do nosso estádio estar cheio agora, porque não é só futebol. E ninguém vai acreditar que você tem um bom time de futebol se você tem um estádio vazio. Então eu agradeço a torcida por comparecer. Porque quando eles aparecem, faz com que as pessoas assistam ao redor do mundo, faz com que as nossas receitas cresçam. Nós publicamos nossas receitas, nós fizemos R$ 15 milhões em 2022 e R$ 73 milhões em 2023. E isso é engajamento da torcida, patrocínios e é a festa. Então nossa torcida é o show e eles direcionam a economia. Não o estádio, porque a economia nos dias de jogos não são tão boas. Nós não fazemos dinheiro em dia de jogo. Quando eu disse isso na noite do jogo do Fortaleza chorando na TV, você sabe, nosso trabalho é mostrar ao mundo. E mesmo nas horas boas e nas horas ruins, nós estamos mostrando para o mundo. Conduzindo nossas receitas, nossas habilidades para trazer jogadores. É por isso que você está vendo uma capacidade de pagar pelo o que esperamos, que seja um futuro de sucesso. Essas coisas. E os torcedores estão fazendo isso diariamente."