Rio - O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) divulgou nesta sexta-feira (5) o relatório sobre o inquérito aberto após as denúncias de John Textor, dono da SAF do Botafogo, de possíveis casos de manipulação no futebol brasileiro (clique aqui e leia na íntegra). Nele é possível ver os nomes de jogadores (cinco do São Paulo e quatro do Fortaleza), árbitros (sete) e clubes (sete) acusados pelo dirigente botafoguense.
O documento, disponível em formato PDF no site da entidade, aparece com uma caixa azul cobrindo os nomes envolvidos. Mas é possível descobri-los ao usar a ferramenta copia e cola.
Jogadores do São Paulo Diego Costa (zagueiro) Gabriel Neves (meia) Lucas Beraldo (zagueiro, atualmente no PSG) Rafinha (lateral-direito) Caio Paulista (atacante/lateral, atualmente no Palmeiras)
Jogadores do Fortaleza Juninho Capixaba (lateral-esquerdo, atualmente no Bragantino) Tinga (lateral-direito) Marcelo Benevenuto (zagueiro, atualmente no Coritiba) Fernando Miguel (goleiro, atualmente no Ceará)
Árbitros do quadro da CBF Wilton Pereira Sampaio Raphael Claus (duas vezes) Ramon Abatti Abel Rodrigo José Pereira de Lima (duas vezes) Braulio da Silva Machado (três vezes) Rafael Rodrigo Klein Rafael Traci Wagner do Nascimento Magalhães Sávio Pereira Sampaio
Clubes Atlético-MG Bahia Flamengo Fortaleza Grêmio Palmeiras São Paulo
O auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva critica duramente as 'provas' apresentadas por John Textor.
"John Charles Textor contratou os serviços da empresa 'Good Game' a pretexto de forjar pretensas provas acerca de falsas manipulações de partidas, em prejuízo dos direitos das pessoas físicas e jurídicas injustamente por ele acusadas", escreveu Mauro.
"Os sistemas se mostram como pretensas soluções milagrosas que, na realidade, não passam de fantasias tecnológicas. A ideia de que um algoritmo pode garantir justiça absoluta no esporte é, infelizmente, apenas um sonho. A confiança depositada nesses métodos pela 'Good Game' é, na melhor das hipóteses, uma ilusão quase bem-intencionada e, na pior, um artifício na tentativa de ludibriar as entidades esportivas', diz o auditor em outro trecho do documento.
No documento de 52 páginas, Mauro pede a suspensão de seis anos a John Textor, além de uma multa de R$ 2 milhões.
O relatório também foi encaminhado ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por, na visão do auditor, apresentar delitos criminais. "Considerando que em tese estão configurados os delitos criminais de Denunciação Caluniosa e Falsa Comunicação de Crime, encaminhe-se cópia integral deste Inquérito ao Procurador Geral de Justiça do Rio de Janeiro Doutor Luciano Oliveira Mattos de Souza para as providências que julgar necessárias", escreveu o auditor nas considerações finais do documento.
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