Walace Borges, comentarista da TNT SportsDivulgação

Conteúdo escrito por Walace Borges, comentarista da TNT Sports
Sou um mal-acostumado. Quando nasci, éramos ainda o país do futebol. Hoje não mais. O país de Romário, Ronaldo, Rivaldo, Kaká, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros que vieram antes de 1993. A Seleção (com S maiúsculo) detinha tanta diferença para os rivais que sempre havia um motivo claro para as nossas derrotas: “falta de vontade e preparação”. Isso acabou!
Diante da Argentina nós somos os azarões. Em nossa casa, dentro do Maracanã. E a questão é centralmente técnica, além do técnico. Tirando Vinicius Júnior, quem podemos tratar como o principal jogador do seu time no cenário mundial? Temos algum talento, de fato. Não são bagres, mas nos falta referência. Goste-se ou não de Neymar, ele foi o único brasileiro que pisou no Top 3 do prêmio de Melhor do Mundo desde 2007. É angustiante.
Falando em técnico: Fernando Diniz é na Seleção Brasileira uma antítese dele mesmo. No Fluminense percebemos um time fluído, organizado e ofensivo. Na Seleção vemos jogadores confusos e perdidos com os conceitos mais básicos. Sem falar nas substituições: colocar um ponta direita na lateral esquerda ou um ponta esquerda na lateral direita. Não peço muito, só que seja feito o básico! Sei que Brasil perde o protagonismo do futebol mundial falta tempo pra treinar, que sete dias não são sete meses e que é muito mais fácil implementar no Fluminense o que Fernando Diniz deseja. Porém, isso não é desculpa para estarmos atrás da Venezuela.
Podemos ganhar da Argentina? Sem a menor dúvida. Somos o Brasil, estamos no Maracanã e, sejamos sinceros, a Argentina de 2023 também não é o Brasil de 70. Lembremos que a Copa do Mundo começou com derrota dos hermanos pra Arábia Saudita.
Nesse texto, no entanto, pretendi falar sobre conceitos e não resultados. Da sensação de que estamos ilhados e com poucas opções para combater nossos adversários. Sei que parece um papo saudosista, mas a reflexão que proponho aqui tem o foco no futuro. Sobre voltarmos a formar grandes craques e não apenas bons operários que cumprem suas funções. É essa a nossa essência!