O famoso cântico: "Coração Valente, guerreiro tricolor, Washington é matador" foi entoado inúmeras vezes para o ex-atacante que faz parte da história do time. Agora, fora dos gramados, o ídolo tricolor garante que vai estar no Maracanã nesta tarde e dá o seu palpite para a partidaArquivo O DIA

 Não são todos os jogadores que são privilegiados em ter uma música criada pela torcida. Identificação com o clube e com a arquibancada são requisitos fundamentais para isso acontecer. Washington conseguiu. O famoso cântico: "Coração Valente, guerreiro tricolor, Washington é matador" foi entoado inúmeras vezes para o ex-atacante que faz parte da história do time. Agora, fora dos gramados, o ídolo tricolor garante que vai estar no Maracanã nesta tarde e dá o seu palpite para a partida.
"O Fluminense tem que impor o seu ritmo, tomar muito cuidado no sistema defensivo, mas atacar como sempre atacou para criar oportunidades. Acredito que vai ser 2 a 1 para o Tricolor", projeta o ex-jogador. No entanto, Washington também frisa que os cariocas precisam se cuidar.
"Acredito que o Fluminense vai manter o estilo de jogo que o Diniz colocou, que o time está acostumado, mas tem que ter muita consciência de que, nos últimos jogos, o Tricolor saiu atrás. E contra o Boca, se acontecer isso, pode ser fatal. É preciso tomar muito cuidado para não tomar gol, claro, principalmente no início. Porque depois o time argentino vai catimbar. É o jogo deles", orienta.
Em duas passagens pelo Nense (2008 e 2011), Washington fez 45 gols em 83 jogos. Na conversa exclusiva com o Contra-Ataque O Dia, o artilheiro conta o que diria para os jogadores se pudesse estar com o grupo na última conversa antes de entrar no gramado. Não tem como não se arrepiar.
"Pode ser uma oportunidade única para todos. É a segunda chance do Fluminense ser campeão da Libertadores. Infelizmente, na primeira, não aconteceu. Nessa tem que acontecer. Tem que dar a vida, tem que acreditar e nunca deixar passar essa oportunidade. Abrace e agarre como a única. Temos que acreditar que seremos campeões."
Homenagem
Washington pendurou as chuteiras no início de 2011, após o título Brasileiro, aos 35 anos. Agora com 48, o Coração Valente ficou eternizado na calçada da fama do Maracanã. A cerimônia aconteceu em setembro.
"Foi um momento indescritível. Uma das maiores homenagens que eu recebi na minha vida. É um orgulho. Muito feliz em entrar para a história do Flu e do Maracanã."
Peça importante na campanha tricolor para chegar à final
O Fluzão teve a melhor campanha na primeira fase. Eliminou o Atlético Nacional (COL) nas oitavas de final. Nas quartas, contra o São Paulo, após a derrota por 1 a 0 no Morumbi, a decisão foi no Maracanã. O Coração Valente marcou duas vezes na vitória por 3 a 1. Ele abriu o placar e fez o terceiro, o da classificação, aos 46 minutos do segundo tempo. Washington vinha de uma seca de oito jogos sem marcar.
"Quando passamos alguns jogos sem fazer gol, a pressão aumenta. Tem que ter tranquilidade. Aquele gol de cabeça entrou para história da minha vida. Saí de alma lavada, com confiança e feliz por ter dado esse presente ao torcedor."
Na semifinal daquele ano, o adversário foi o Boca. Novamente, Washington foi importante. O Flu voltou da Argentina com um empate por 2 a 2. No Maracanã, o time de Renato Gaúcho sofreu 1 a 0, mas o camisa 9 empatou com um golaço de falta.
"Era um jogo difícil, o Boca estava catimbando. Num lance de bola parada, eu fui muito feliz. Nos deu uma tranquilidade para fazermos o segundo, com o Conca, e o terceiro, com o Dodô. Tomara que esse ano não saia o gol dos argentinos."
Ex-jogador comenta decisão de 2008 e afirma: "Fomos roubados"
A noite de 25 de junho de 2008 ainda está na cabeça do torcedor tricolor. Não da maneira que se gostaria. A derrota na final da Libertadores para a LDU (EQU), nos pênaltis, por 3 a 1, após 5 a 5 no agregado, dói. O ex-camisa 9 foi um personagem muito importante na campanha do Fluminense naquela competição.
O time equatoriano venceu o duelo de ida, em Quito, por 4 a 2. Conca e Thiago Neves fizeram no Equador. "Aquela final da Libertadores é o tipo de situação que acontece uma em um milhão. Mas aconteceu. Perdemos nos pênaltis, infelizmente. Sofremos muito durante o jogo. Tomamos o gol muito cedo. Conseguimos virar para 3 a 1", inicia Washington, referindo-se ao segundo jogo, e continua.
"Sofri um pênalti claríssimo que o Baldassi não deu. Nós fomos roubados, sim. Nos prejudicou em outras situações durante a partida. Infelizmente acabamos indo para os pênaltis e os três melhores batedores, que eram Thiago Neves, Conca e eu, perdemos. Está engasgado até hoje", lembra. Cícero foi o único jogador do Nense a converter a cobrança.
Cano é a máquina de gols do Tricolor
O Fluminense está muito bem servido de centroavante. Germán Cano, de 36 anos, é o artilheiro desta edição da Libertadores com 12 gols. Além disso, está empatado com Fred como maior goleador da história do Fluzão na competição continental, com 15 tentos cada.
"O Cano é um jogador muito experiente e hoje está vivendo um grande momento. Acredito que ele vai aproveitar, sim, a oportunidade quando tiver. Está preparado. Estou torcendo muito para que ele faça o gol do título. Ele merece. Se tiver a chance, ele vai fazer e ajudar o Fluminense a conquistar essa Libertadores", acredita Washington.
Os números do argentino são impressionantes. Desde que teve a contratação confirmada pelo clube das Laranjeiras, em janeiro de 2022, o pai do Lorenzo e da Leonella (motivos do duplo 'L') não para de balançar as redes, isso inclui todos os campeonatos que disputa.
Na temporada passada, a máquina de fazer gols do Tricolor marcou 44 vezes - sete no Carioca, cinco na Copa do Brasil, 26 no Brasileiro, três na Libertadores e três na Sul-Americana.
Em 2023, foi o artilheiro do Carioca, marcando 16 vezes, fez um na Copa do Brasil, e tem sete no Brasileirão, além dos 12 na Liberta, nos quais três foram anotados contra o Internacional nas partidas que carimbaram o passaporte tricolor à final. Nestes dois anos, Cano jogou 124 partidas e anotou 80 gols. Uma média de 0,64 gol por jogo.
"Esse é um momento muito especial, lindo, realmente maravilhoso que está acontecendo no Fluminense. A gente está muito feliz por passar à final da Libertadores. Agora é continuar fazendo história", disse o goleador tricolor após a semifinal.
O atacante também é o jogador que mais entrou em campo no futebol brasileiro desde janeiro do ano passado. Foram 116 partidas como titular e oito em que saiu do banco de reservas. Sem lesões neste período, ficou de fora apenas quando estava suspenso ou poupado.