Rio - O técnico Tite, do Flamengo, em pronunciamento feito antes de conceder entrevista coletiva após a conquista da Taça Guanabara, neste sábado, com a vitória por 3 a 0 sobre o Madureira, pediu desculpas sobre as respostas dadas sobre o caso Daniel Alves, após o clássico com o Fluminense, no domingo passado (25/2).
"Pessoal, me desculpem pela resposta que dei no caso Daniel Alves. Perdão. O erro, na medida que foi julgado pela Justiça, foi condenado. A comparação que fiz sobre o caso foi inoportuna, sem sentido. A etapa profissional que tivemos juntos foi de muita correção e respeito. Eu reafirmo que acredito na educação como orientação, como punição, como fui modelado pelos meus pais", disse o treinador.
A condenação de Daniel Alves por estupro e toda a investigação da Justiça da Espanha foram assuntos levantados depois do triunfo do Rubro-Negro por 2 a 0 sobre o Tricolor. Tite foi cauteloso no que diz respeito ao tema do ex-jogador, e foi imparcial em um primeiro momento:
"Eu entendo a tua pergunta. Eu não posso fazer julgamento sem ter todos os fatos e as informações verdadeiras a respeito. Posso falar conceitualmente. Conceitualmente, todo erro deve ser punido. Mas não sou julgador e não tenho todos os fatos. Fora que há uma etapa de um profissional que trabalhou comigo e existem outras etapas profissionais e pessoais que ele também exerce. Essas eu não conheço e não posso julgar, tenho que ter muito cuidado. Vou dizer mais: quando fui numa coletiva que houve um problema com Neymar, foram 24 perguntas, tive que responder 18 a respeito de um suposto (estupro). E eu disse a mesma coisa, que eu não tinha conhecimento aprofundado. Mas quem erra deve ser punido. Foi assim que eu fui educado. Primeiro te ensino, segundo tu é punido para que aprenda."
Relembre o caso
Daniel Alves foi condenado a quatro anos e meio de prisão por ter estuprado uma mulher no banheiro de uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022. O tribunal, que em um comunicado afirmou considerar que foi comprovado o estupro, ainda determinou cinco anos adicionais de liberdade condicional e uma ordem de restrição para que ele não se aproxime da vítima por nove anos.
Ele também terá que pagar uma indenização de 150 mil euros (pouco mais de R$ 800 mil). O ex-jogador pode apresentar recurso contra a sentença.
Ministério Público, que desde o início das investigações conferiu credibilidade ao relato da denunciante, solicitou pena de nove anos de prisão para o brasileiro.
A defesa, no entanto, havia solicitado a absolvição e, em caso de condenação, havia mencionado o consumo de bebidas alcoólicas como uma das possíveis circunstâncias atenuantes.
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