Gabigol e Nunes, ídolos do Flamengo, na Calçada da Fama do MaracanãMarcelo Cortes / Flamengo

Rio - Uma bomba pegou o Flamengo de surpresa nesta segunda-feira (25). Ídolo da história recente do clube, o atacante Gabigol foi suspenso pela Justiça Desportiva Antidopagem por dois anos por tentar fraudar um exame antidoping feito em abril de 2023. Em meio à indefinições sobre contrato e ciclo no Rubro-Negro, fica a marca de uma relação que, no momento, será de apoio. 
Em nota, o Flamengo mostrou apoio ao jogador, não enxergou justificativas para o peso do gancho aplicado na Justiça e se posicionou indicando que irá auxiliar na apresentação de recurso à Corte Arbitral do Esporte.
Gabigol está em sua sétima temporada vestindo a camisa rubro-negra e se consolidou como nome importante, tendo conquistado duas Libertadores (2019 e 2022), duas edições do Brasileirão (2019 e 2020) e uma Copa do Brasil (2022) dentre os títulos mais relevantes. É um ídolo e, por conta disso, precisa de suporte neste momento. Foi o que mostrou Nunes, ídolo do Flamengo na década de 1980, que optou por focar na relevância do jogador em entrevista ao O DIA.
"Todos nós sabemos da importância do Gabigol para o Flamengo. Se tornou um ídolo igual a gente, mas temos que ter muita tranquilidade nesse momento difícil que está passando. Precisa muito do nosso apoio. Estamos aqui para dar força e superar esses obstáculos que está enfrentando. Não é fácil", disse Nunes, atacante tricampeão brasileiro (1980, 1982 e 1987) e campeão mundial (1981) pelo Flamengo. 
A decisão do júri foi de 5 a 4 para que o ídolo rubro-negro fosse punido. Gabigol foi enquadrado o artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, que fala em "fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle" e prevê suspensão de até quatro anos em caso de condenação.
Para Nunes, no entanto, é preciso separar o que representa Gabigol para o Flamengo do que foi determinado no exame. O ex-jogador, mesmo mostrando solidariedade e optando por ressaltar a idolatria do atual camisa 10, não o blindou, mas vê que seu tempo na Gávea ainda não acabou.
"Eu acho que tudo aquilo que é feito precisa ser atendido, feito com tranquilidade. Se fez, foi chamado, que cumpra. Seja quem for. Eu prefiro falar do lado bom do Gabigol, e tudo mais. Mas não é só isso. Ídolo quando vira ídolo tem que ter consciência. Passa a ser cobrado, observado. Tomar mais cuidado em certas coisas, não é? Que levem isso da melhor maneira. A gente precisa muito dele, independente de fim do ciclo. Ele é importante para a Nação", destacou o ex-centroavante, que pontuou:
"Gabigol vai além disso, não é questão de ser muito grande ou não. Ele é importante. Em algumas situações, precisa ter jogo de cintura. Na minha época, quando eu era escolhido para fazer exame antidoping, sempre fiz sem nem responder ou dar motivo para não fazer."
 Gabigol tem contrato com o Flamengo até o fim de 2024 e negociação por renovação que se arrasta há mais de um ano.