Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do FlamengoAgência O Dia

Rio - A Justiça do Rio acatou o pedido do Ministério Público e retirou a possibilidade de punição ao ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, pelo incêndio no CT do Ninho do Urubu, em 2019, que vitimou 10 jovens jogadores das categorias de base. 
A medida foi justificada por prescrição da denúncia do Ministério Público, em janeiro de 2021, e devido à idade avançada do antigo mandatário do clube da Gávea (71 anos). A decisão é do juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal.
"Assim, considerando que a denúncia foi recebida em 19/01/2021, tendo transcorrido mais de quatro anos até a presente data, e considerando que o referido réu conta com mais de 70 anos de idade, sendo o prazo prescricional reduzido pela metade, imperiosa é a extinção de sua punibilidade.

Assim, acolho o requerimento do Ministério Público e DECLARO EXTINTA A PUNIBILIDADE de EDUARDO CARVALHO BANDEIRA DE MELLO, com base no artigo 107, inciso IV, art.109, IV e art. 115, todos do Código Penal", diz trecho da decisão.
Em nota publicada, Bandeira de Mello mostrou surpresa com a definição por parte da Justiça e considerou incomum o pedido do Ministério Público para extinguir a punição. O ex-presidente, que ficou no clube de 2013 a 2018, também confirmou a existência de provas para inocentá-lo do caso.

Confira o comunicado de Eduardo Bandeira de Mello:

"Foi com surpresa que recebi a notícia do incomum pedido de reconhecimento de prescrição feito pela Promotoria. Afinal, estávamos há mais de 100 dias aguardando que eles apresentassem suas alegações finais e permitissem o julgamento do caso. Agora, o órgão que me acusou não parece interessado em uma decisão do Judiciário.

Após mais de 4 anos de processo, todas as provas produzidas apontam a minha inocência. Prefiro acreditar que não, mas talvez isso explique a demora da Promotoria para apresentar as suas alegações finais e a agilidade do mesmo órgão em pedir essa prescrição.

Da minha parte e de minha equipe de defesa, sempre houve efetiva colaboração com a Justiça na busca pelas causas dessa tragédia. Atos protelatórios que visassem uma possível prescrição nunca foram opções para nós. Não por acaso, minha equipe de defesa sempre atuou em estrito cumprimento dos prazos estabelecidos a fim de promover a celeridade do processo.

Após 6 anos de dor, entendo que todos merecemos uma resposta que possa aplacar, ainda que minimamente, esse imenso sofrimento. Partes, torcedores, público em geral e, principalmente, as famílias das vítimas merecem essa resposta.

Sigo confiando no trabalho sério da Justiça e convicto da minha inocência."