Paulo Henrique GansoMailson Santana / Fluminense

Rio - Finalista da Libertadores, o Fluminense tem em seu plantel jogadores experientes e vencedores como Fábio e Felipe Melo. Um astro internacional como Marcelo. Dois jogadores convocados recentemente para a Seleção: Nino e André. E uma dupla afiadíssima formada por Jhon Arias e Germán Cano. Porém, não há nome no plantel tricolor que tenha uma relação tão marcante com o modelo de jogo de Fernando Diniz, apelidado de "Dinizismo" que Paulo Henrique Ganso.
Dono de uma classe incomum, de uma visão de jogo apurada, e de uma inteligência admirada por muitos amantes do futebol, o camisa 10 do Fluminense é um modelo de jogador em extinção. Sua trajetória no futebol foi marcada por altos e baixos. Uma expectativa extraordinária no começo que acabou não sendo cumprida. Porém, no Tricolor, Paulo Henrique Ganso reencontrou o bom futebol e se tornou o símbolo máximo de um modelo de futebol que poderá dar ao clube carioca a sua maior conquista na história.
"O Diniz é um cara fantástico, especial na minha vida e acredito que de outros jogadores do Fluminense e no clube", afirmo o camisa 10 logo após o título do Carioca pelo Tricolor ao lado do técnico em 2023. Os dois se encontraram primeiramente em 2019, na primeira passagem de Diniz pelo Flu,e foi justamente o técnico que o convenceu a voltar ao Brasil.
"E aí apareceu um cara espetacular: Fernando Diniz. E é engraçado, porque eu tive um contato com ele, só, jogando pelo São Paulo, na semifinal (do Paulista de 2016). Audax e São Paulo, nós tomamos uns 4 e era para tomar 8. Ele me falou: 'um dia, a gente vai trabalhar junto'. Depois de três anos, eu na França, ele me ligou: 'acho que agora é o momento de a gente trabalhar junto'. E eu vim para o Fluminense. Foi uma coisa maravilhosa, porque eu nem queria saber quanto ia ganhar, só queria jogar e trabalhar com o cara", afirmou o camisa 10 em sua participação no "Denilson Show".
Sua passagem pelo Fluminense começou promissora. Em 2019, Ganso foi titular mesmo após a saída de Fernando Diniz. Naquele ano, o Tricolor lutou contra o rebaixamento, e no fim, sob o comando de Marcão conseguiu permanecer na Série A. No entanto, nas duas temporadas seguintes, o camisa 10 perdeu espaço e foi pouco utilizado por Odair Helmann e por Roger Machado, treinadores que comandaram o Flu. Tudo começou a mudar em 2022, quando com Abel Braga, Ganso recuperou a titularidade e foi importante no título do Carioca. Porém, o encaixe perfeito veio novamente com Fernando Diniz, que voltou ao Tricolor no meio do ano passado.
O título da Libertadores não será novidade para Ganso. Em 2011, ele levantou o troféu defendendo o Santos, ao lado de Neymar. Porém, são momentos diferentes. Naquela ocasião, o apoiador era um jovem, de 22 anos, que se firmava como um dos melhores jogadores do Brasil. Agora, pelo Fluminense, o camisa 10 deseja coroar de vez a sua volta por cima e se consolidar como ídolo do clube das Laranjeiras.
"O Fluminense me ajudou muito, segue me ajudando, então quero retribuir. Tudo o que conquistei e alcancei foi lucro, ter participado de grandes times, acontecer tudo o que aconteceu na minha vida. Meu sonho agora é ser campeão pelo Fluzão", disse Ganso em 2021, em entrevista ao "UOL", após viver uma temporada sem brilho.
No total, em cinco temporadas pelo Fluminense, Paulo Henrique Ganso entrou em campo em 206 partidas, fez 22 gols e deu 24 assistências. Com 34 anos, o apoiador conquistou dois títulos do Campeonato Carioca, e agora busca sua principal taça vestindo as três cores que traduzem tradição.