Fernando DinizMarcelo Goncalves/Fluminense

Arábia Saudita - O dia 22 de novembro marcará o fim de uma espera de 30 anos na vida de Fernando Diniz. Em 1993, o treinador iniciou sua carreira como apoiador e desde aquele dia aguarda por um confronto como o que irá ter nesta sexta-feira, às 15 horas (de Brasília), contra o Manchester City, em Jidá, pela final do Mundial de Clubes. O treinador fez muitos elogios ao clube inglês, mas mostrou a confiança em uma boa partida e no título tricolor.
"É um jogo que eu espero desde que comecei a minha vida no futebol. Não consegui como jogador, e agora consegui como técnico. Vamos enfrentar um dos melhores times da história, um dos melhores técnicos da história. E estamos confiantes que podemos fazer um grande jogo", afirmou Diniz em entrevista coletiva nesta quinta.
Sobre a forma de jogar contra o campeão europeu, Fernando Diniz ressaltou que o Fluminense irá manter o seu modelo, mas reforçou a ideia de que o Tricolor precisa reduzir ao máximo seus erros por conta da qualidade do City.
"Para a gente aumentar nossa chance de vencer, nós precisamos fazer o nosso melhor. Precisamos ter coragem de fazer o que nós fazemos melhor. E reduzir nossos erros, porque a qualidade deles é incrível. O City é um dos times que mais assistimos, provavelmente o que mais estudamos. Tanto eu quanto os jogadores, mas é uma equipe muito qualificada. A ausência do Haaland, do Doku e do De Bruyne, eu acredito que o grande mérito do City é o coletivo, e o como eles conseguem lidar bem mesmo com as ausências, o Guardiola sempre reorganiza o time", opinou.
Diniz também foi questionado sobre a sua forma de enxergar o futebol como algo além do campo. Na preleção antes da semifinal do Mundial de Clubes, o treinador do Fluminense citou a importância do elenco tricolor entrar em campo e jogar pelas mazelas do Brasil.
"Foi uma fala espontânea, que tem tudo a ver como eu penso sobre a sociedade. Sou brasileiro, tenho sangue de europeu, negro e índio na veia. Tenho orgulho de ser brasileiro, mas é um país com injustiças. O pobre sofre mais, e os ex-jogadores de futebol quase sempre vieram de regiões pobres. Então, eu acredito que o futebol representa isso, a luta contra o racismo, a descriminação. Acho que o Brasil pode dar o futebol como meio de educação, como meio de promover o combate a injustiça. Para mim, o futebol é isso, uma maneira de viver", explicou.
Desde 2012, um clube brasileiro não consegue vencer o Mundial de Clubes. Foram dez anos seguidos de derrotas para clube europeus ou até mesmo tropeços nas semifinais. Diniz rejeitou pensar em estatísticas e opinou sobre como o Fluminense deverá entrar em campo.
"Acho que a gente precisa entrar com a confiança de que pode vencer o jogo. E assim em qualquer partida, ainda mais em uma final. Sabemos que vamos enfrentar o melhor time do mundo, mas isso não impede da gente sonhar e fazer o nosso melhor para buscar essa vitória e o título para o Fluminense. Vamos jogar como um time que acredita nos seus valores e que as coisas são possíveis", afirmou.