Estádio Rodrigo Paz Delgado, em Quito, é a casa da LDUDivulgação/Conmebol

Rio - O jogo de ida da Recopa Sul-Americana pode acontecer com portões fechados. O Comitê de Operações de Emergência do Equador (COE) decidirá nesta terça-feira (30) se a partida entre LDU e Fluminense terá a presença de público. O primeiro duelo será realizado no dia 22 de fevereiro, às 21h30 (de Brasília), no Estádio Rodrigo Paz Delgado.
Em entrevista à "Rádio Caracol", no dia 20 de janeiro, o vice-ministro do Governo do Equador, Esteban Torres, determinou que os jogos do Campeonato Equatoriano fossem realizados sem público. Além disso, Esteban Torres ressaltou que, "todos os dias", o governo tem recebido pedidos dos órgãos de segurança para suspenderem os eventos público por "tempo indeterminado". A decisão será tomada nesta terça (30).
O Equador vive uma crise de segurança pública e está em estado de emergência por 60 dias (teve início no dia 7 de janeiro). O combate ao crime organizado foi motivado após a fuga do narcotraficante Adolfo Macías, conhecido como "Fito", que desencadeou vários motins em diferentes prisões no país e ordens dos líderes para iniciar uma série de ataques.
A sede do jogo de ida correu risco de sofrer alteração. Porém, a Conmebol decidiu manter a partida entre LDU e Fluminense em Quito. A área comercial da cidade, neste momento, está "abandonada" e cercada de militares. Apesar da situação caótica no Equador, a entidade sul-americana vê condições de realizar o duelo na capital equatoriana.
Fluminense e LDU, do Equador, decidem a Recopa Sul-Americana de 2024. O Tricolor é o atual campeão da Libertadores após derrotar o Boca Juniors, da Argentina, na final. Já o time equatoriano venceu o Fortaleza, nos pênaltis, na decisão da Sul-Americana.
Esta será a terceira final continental entre Fluminense e LDU. Em 2008, eles decidiram a Libertadores. Já no ano seguinte, disputaram a Sul-Americana. Os equatorianos levaram a melhor nas duas competições. O jogo de ida da Recopa será no dia 22, em Quito, e a volta em 29, no Maracanã.

Entenda a crise no Equador

Maior exportador de cocaína para a Europa, o Equador entrou em uma crise de segurança pública nos últimos dias. O estopim para o combate aos grupos do crime organizado foi a fuga do narcotraficante Adolfo Macías, conhecido como "Fito", no último dia 7 de janeiro.
A fuga de Adolfo Macías desencadeou vários motins em diferentes prisões no país e ordens dos líderes para iniciar uma série de ataques. Fabricio Colón Pico, líder de outra facção, também fugiu da prisão, e aumentou a tensão no país. A resposta do presidente equatoriano foi aumentar o cerco.
A área comercial do centro histórico de Quito está "abandonada" e cercada de militares. O presidente Daniel Noboa, que foi eleito em novembro com uma plataforma de liberalismo e endurecimento contra o crime organizado, não pretende negociar garantias pedidas pelos traficantes para se entregarem.