Mário BittencourtMarcelo Gonçalves/Fluminense FC

Rio - O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, fez duras críticas aos gramados do futebol brasileiro. Em entrevista nesta terça-feira (30), no CT Carlos Castilho, o dirigente criticou os clubes que adotam essa medida em seus estádios pensando nos lucros e alfinetou o Botafogo, que teve que jogar longe do Nilton Santos em meio à derrocada no Brasileirão do ano passado.
"Dizem que sintético diminui o custo. Mas, se você tem um clube de futebol e não consegue manter um campo de grama, você não pode ter um clube. Se não vira casa de show. Tem gente que prefere fazer cinco shows. E tudo bem. Mas eu prefiro ganhar títulos", disse Mário.
"Tem time que estava na liderança do campeonato, tirou do gramado sintético para receber show, colocou em gramado natural e perdeu o jogo. O próprio técnico do Grêmio disse que, se fosse em gramado sintético, o Suárez não jogaria", completou.
Na opinião do presidente do Fluminense, o gramado sintético acaba influenciando diretamente no jogo.
"O sintético muda o jogo. O jogador fica mais lento, porque a chuteira prende mais. O quique da bola é diferente. "Ah, mas é aprovado pela Fifa", mas não necessariamente é bom. Em 80% dos jogos, é gramado natural. Ele traz uma modificação. Vou discutir resultado esportivo. Todo clube que começa a jogar em gramado sintético, nos primeiros dois ou três anos, tem um resultado em casa muito diferente. Pode buscar aí. Porque existe uma dificuldade natural em jogar lá", finalizou.
Apesar da dificuldade de manter o gramado do Maracanã em boas condições, Flamengo e Fluminense sempre se posicionaram contra o uso da grama sintética. Os dois times, que atualmente administram o estádio em parceria, disputam a licitação com o Vasco.