Mattheus Montenegro é o vice-presidente do FluminenseDivulgação/X @Montenegrorm

Rio - Em áudios vazados que viralizaram nas redes sociais nesta quarta-feira (26), o VP geral do Fluminense, Mattheus Montenegro, defendeu que o presidente do clube, Mário Bittencourt, poderia ser o CEO de uma eventual SAF do Tricolor. O dirigente deu destaque para a gestão do atual mandatário ao explicar seu ponto de vista, mas disse que a possibilidade não foi discutida.
"Qualquer pessoa que fizer a aquisição vai cogitar a manutenção do Mário. E, se dependesse de mim, seria ele. Olha o que o clube era em 2019 e o que é hoje. Não preciso falar muito. Só você olhar tudo. Olha a receita, olha o que conseguimos fazer do equacionamento da dívida, de não ter mais penhoras, de ter todos salários em dia, de ganhar título...", disse Mattheus Montenegro.
"Acho que tem muitas críticas que são feitas com relação a coisas pessoais. Mas, se olhar o clube antes da gestão e hoje, é incomparável. Óbvio que isso vai ser levado em consideração. Se eu fosse o investidor, eu deixaria o Mário, tocando a SAF. Lembrando que o investidor pode escolher quem quiser", completou.
Recentemente, a diretoria do Fluminense convocou uma reunião com o Conselho Deliberativo. O encontro, que terá atualizações sobre a SAF, está marcado para o dia 14 de abril.
"Óbvio que vai passar por toda a governança do clube, vai passar por diversas explicações para fora. A gente fechou esse contrato com o BTG em julho de 2022. Então, tem muita coisa que a gente já viu com muito cuidado, muito detalhe. Quem vai decidir são os sócios", explicou Mattheus Montenegro.
"Se a gente quisesse fazer correndo, fazia depois da Libertadores. Estamos fazendo agora porque é um processo cauteloso. Tem que analisar com muita calma, discutir muito. É isso que estamos tentando fazer internamente e fazer depois que efetivamente tiver alguma proposta", completou.

Leia a transcrição do áudio

Deixa eu te explicar. O que está acontecendo? O banco, como a gente já falou algumas vezes, está no mercado buscando propostas de investidores. Teve uma indicação de que tem um interesse e nos indicou que vai ser apresentada uma proposta em breve. Essas coisas que saem na imprensa são coisas que o banco está conversando com os investidores, mas não temos nenhuma sinalização firme do que vai acontecer. Então, a gente tem que esperar, não tem muito jeito. Só que tem muita gente se aproveitando para falar um monte de bobagem. É basicamente isso.
A nota diz que teria um aporte de R$ 500 milhões, e o valuation do clube é R$ 850 (milhões). Só que essa operação não faz sentido. O que ele fez basicamente é uma regra de três. Só que a verdade é que faz toda diferença na operação a assunção da dívida. O investidor assume a dívida ou não? Qual é o investimento mínimo obrigatório no futebol e em folha e em aquisição de atleta? Qual é o repasse de valor obrigatório ao clube social/esporte olímpico? Qual é o investimento mínimo na base? Tudo isso faz total diferença para você analisar a operação e até fazer o valuation.
Em relação à parte do Mário, isso não foi sequer discutido. É normal que se tenha essa pergunta, se a administração fica ou sai, porque basicamente em toda aquisição de empresa isso é debatido. Agora, proposta para o Mário, valor... Isso não existe. Nunca foi dito para nós em lugar nenhum. Ficou um tema muito relevante. Como é ano eleitoral, alguns estão com interesses pessoais e políticos, tentando criar um caos, mas não tem caos nenhum. Tenho certeza de que, quando a gente puder, tiver as informações e puder explicar, vamos fazer um amplo debate, explicar tudo. Não vai ter correria.
Óbvio que vai passar por toda a governança do clube, vai passar por diversas explicações para fora. A gente fechou esse contrato com o BTG em julho de 2022. Então, tem muita coisa que a gente já viu com muito cuidado, muito detalhe. Quem vai decidir são os sócios.
Se a gente quisesse fazer correndo, fazia depois da Libertadores. Estamos fazendo agora porque é um processo cauteloso. Tem que analisar com muita calma, discutir muito. É isso que estamos tentando fazer internamente e fazer depois que efetivamente tiver alguma proposta.
Segunda coisa, qualquer pessoa que fizer a aquisição vai cogitar a manutenção do Mário. E, se dependesse de mim, seria ele. Olha o que o clube era em 2019 e o que é hoje. Não preciso falar muito. Só você olhar tudo. Olha a receita, olha o que conseguimos fazer do equacionamento da dívida, de não ter mais penhoras, de ter todos salários em dia, de ganhar título...
Acho que tem muitas críticas que são feitas com relação a coisas pessoais. Mas, se olhar o clube antes da gestão e hoje, é incomparável. Óbvio que isso vai ser levado em consideração. Se eu fosse o investidor, eu deixaria o Mário, tocando a SAF. Lembrando que o investidor pode escolher quem quiser.
Bandeira do Fluminense - Foto: Divulgação/Fluminense
Bandeira do FluminenseFoto: Divulgação/Fluminense
Na entrevista coletiva que concedeu no dia 16 de dezembro de 2022, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, não fechou as portas para assumir o cargo.
"Se o investidor achar que eu mereço e tenho condições por estar aqui há 25 anos, pode ser que eu aceite. Qual o mal nisso? Como aconteceu no Fortaleza, como aconteceu no Atlético-MG. Importante é a torcida saber que essa decisão não é minha. Me sinto totalmente capaz para ser CEO do Fluminense ou de qualquer outro clube", disse Mário.
"Faço uma gestão com erros e acertos, mas na minha opinião melhorei muito o clube. Meus interesses pessoais nunca estiveram na frente do Fluminense e não estarão. Se amanhã o investidor comprar e disser que eu não vou ser nada, vou voltar para a arquibancada com as minhas filhas", completou.