Theo Milki verá suas duas paixões no futebol se enfrentando para conquistar uma vaga na final do MundialArquivo pessoal

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Quando a bola rolar para Fluminense e Chelsea, nesta terça-feira (8) às 16h (de Brasília), pelo Mundial de Clubes, uma paixão recente e um amor de infância entrarão em campo junto com o inglês Theo Milik. Torcedor dos Blues, ele virou tricolor por causa de Thiago Silva, ídolo que une os dois clubes.
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Tudo começou em abril deste ano, quando o inglês desembarcou no Rio de Janeiro para assistir ao zagueiro atuando pelo clube das Laranjeiras, contra o Santos. A experiência foi positiva, já que viu a vitória por 1 a 0 e garantiu uma camisa e um copo do zagueiro como recordação. 
Ao compartilhar tudo em suas redes sociais, o publicitário de 28 anos fez sucesso com a torcida tricolor, que sempre marca presença quando ele publica algo sobre o Fluminense. Essa interação constante ajudou a construir uma relação "muito especial" com o clube.
"Não é o tipo de carinho que eu estou acostumado na Europa. É como se eu tivesse sido adotado pela família Fluminense, e me sinto muito grato por isso. Sempre que posto fotos usando minha camisa do Fluminense, recebo milhares de mensagens de torcedores. É um sentimento único, porque, se você usar uma camisa de outro time na Inglaterra, é visto como um 'modinha'. No Rio, é diferente. Eu já sou um torcedor do Fluzão", disse Theo em entrevista a O Dia.

Os caminhos se cruzam, com Thiago Silva como elo

O que Theo menos esperava é que, três meses depois de sua visita à Cidade Maravilhosa, Chelsea e Fluminense iriam cruzar seus caminhos rumo à final do Mundial de Clubes. Para o torcedor, "tudo estava destinado a acontecer dessa forma". 
"É quase como se, depois da minha viagem ao Rio, o Chelsea, meu time de infância, estivesse destinado a enfrentar o time que me adotou, o Fluminense. Porém, não vou mentir, eu não achei que iria acontecer, porque muitas coisas precisavam se alinhar para que o jogo fosse possível. Quando se confirmou, eu fiquei muito feliz, porque são os dois times que eu amo se enfrentando. O que me entristece é saber que apenas um poderá avançar à final. Se o Chelsea perder, que seja para o Fluminense", garantiu. 
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E ver os Blues enfrentarem Thiago Silva pela primeira vez desde a saída, em maio de 2024, não será fácil. O sentimento em Stamford Bridge era de que o caminho dos dois se encontraria novamente com o jogador à beira do campo como técnico, não em uma semifinal de um torneio tão importante.
"É um dilema emocional enorme. Estou nervoso, porque sei o grande jogador que ele é e sei que ele vai dificultar muito para o nosso ataque. Esse pode ser seu último ano como profissional, seu último jogo de Mundial, e pode ser contra o Chelsea. Mas se vencer, vai ter jogado contra quem conquistou a Liga dos Campeões ao longo do caminho. Então, parece que todos os astros estão alinhados para que isso aconteça", assegurou. 
Quando a bola rolar em Nova Jersey, um "misto de sensações" tomará conta do corpo de Theo. Ele confessa que vai ser estranho ver Thiago Silva jogando contra, porém, confia em uma classificação inglesa:
"Acredito que o jogo vai ser apertado e aposto em 1 a 1, com o Chelsea fazendo 2 a 1 na prorrogação. Mas não ficaria surpreso se o Fluminense se classificasse e, quem sabe, um outro reencontro do Thiago com seus amigos do PSG". 

Torcedor quase fez loucura por Flu x Chelsea

No momento que o duelo entre as equipes se confirmou, o inglês chegou a analisar a possibilidade de viajar para Nova York e presenciar a partida. Seria a grande oportunidade de riscar um item de sua lista de desejos. No entanto, uma situação familiar o impediu de vivenciar o decisivo confronto.
"Eu estava muito tentado. Vi os vídeos da torcida (do Fluminense) na Times Square, a festa no barco no rio Hudson, e pensei: 'Eu preciso fazer parte desses encontros históricos'. Eu também poderia dizer que eu assisti ao Chelsea jogar contra o Fluminense em uma semifinal de Mundial de Clubes", iniciou.
"Minha mãe não está muito bem em termos de saúde, então eu vou ficar em Londres, perto dela. Mas estou pensando em assistir ao jogo com ela no hospital, e acho que aproveitar esse momento perto dela vai ser especial", completou.

Experiência nova contra o Al-Hilal

Apesar de ter acompanhado todos os jogos do Fluminense no Mundial, o publicitário vivenciou algo novo na última sexta-feira (4). Desde que retornou da viagem ao Rio, ele estava "desesperado" para se juntar a uma embaixada da torcida em Londres, e isso aconteceu quando um amigo o convidou para assistir à vitória sobre o Al-Hilal, em um pub com outros tricolores. 
"Acho que causei um pouco de estranheza, mas quando descobriram quem eu era, as pessoas foram tão gentis. Acabamos indo em um segundo pub depois, e me adicionaram em um grupo também. Me fez se sentir parte da família. É como se eu torcesse para o clube a minha vida toda", ponderou o publicitário, que conhece pouco da língua portuguesa.

O orgulho de ver o Fluminense ser reconhecido

Theo ainda destacou a capacidade da equipe em competir contra os melhores times do mundo todo. A campanha também o impressionou pela "solidez da defesa". São apenas três gols sofridos em todo o campeonato, o que o faz destacar o ídolo.
"Não sei se isso é puramente devido à experiência do Thiago Silva. Talvez esteja sendo um pouco tendencioso, porque eu amo Thiago, mas o que ele fez contra a Inter, falar para o treinador o que fazer em termos de tática e como mudar a formação foi algo que me deixou fascinado".
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O torcedor também espera que o jogo desta terça-feira faça os ingleses "apreciarem mais" o Fluminense.
"Ambos dividem muita história. João Pedro, Thiago Silva, Deco, Kenedy, Belletti... Todos jogaram pelos dois. Espero que esse jogo faça os torcedores do Chelsea apreciarem mais o Fluminense. Descobrir talentos como Jhon Arias, Hércules e Cano. Tem muitos jogadores que podem impressionar eles e os fazer perceber que, claro, é o time do Thiago, mas também é o Fluminense, que foi fundado por Oscar Cox e tem uma história incrível", pontuou.

Crítica à postura dos europeus sobre o Mundial de Clubes

Ao avaliar o orgulho que é ver o Fluminense ser o único time brasileiro e sul-americano vivo no Mundial, o torcedor do Chelsea também aproveitou para fazer uma crítica. Isso porque, na Europa, o torneio ainda não pegou como em outros continentes. 
Muitos veem a competição como uma preparação de pré-temporada e também argumentam contra por causa de lesões, como a de Musiala, e do calor. Clubes também parecem desinteressados, como os próprios Blues, que viraram "dor de cabeça" para a Fifa. 
"Eu vejo isso como desrespeitoso, especialmente depois da minha ida ao Brasil. Ver o quanto esse torneio significa para os fãs sul-americanos, para os torcedores do Fluminense, me deixa grato pela oportunidade de ter o meu time jogando contra outros que querem se mostrar ao mundo. Devemos ter respeito por qualquer um, seja da América do Sul, África ou Ásia, porque, para eles, é algo único", finalizou. 
* Reportagem do estagiário Lucas Dantas, sob supervisão de Hugo Perruso