Poatan é uma das principais estrelas do UFC na atualidade e faz questão de exaltar a cultura indígena (Foto: Reprodução)

* Após nocautear Jamahal Hill ainda no primeiro round do UFC 300, Alex Poatan tem despontado como um dos maiores atletas do MMA mundial. No entanto, além de brilhar em cima do octógono, o paulista sempre busca uma forma de mostrar a conexão que tem com as suas raízes. O astro do UFC é neto de nativos indígenas e exalta a ancestralidade em todos os momentos.

No último final de semana, Poatan concedeu uma entrevista ao canal do YouTube do UFC Brasil, onde comentou sobre a Aldeia Coroa Vermelha que fica localizada em Santa Cruz de Sobrália, na Bahia: "Um grande abraço para o Ubiranan (cacique da tribo), um grande incentivo, a humidade desse cara... Quem não conhece, tem que ir lá, Coroa Vermelha, tribo Pataxó na Bahia. Vai ser bem recebido", declarou o campeão.

Poatan e as raízes indígenas Pataxó

Em 2023, durante uma visita à aldeia, Poatan esteve na Bahia e destacou como as principais características dos povos originários a "alegria e felicidade". Não foi a primeira vez que o atleta visitou os Pataxós. Sempre que consegue um espaço em sua agenda, o lutador busca ir até à aldeia, além de compartilhar registros em que demonstra todo o valor da cultura dos povos de Coroa Vermelha. Vale destacar que os Pataxós são um grupo indígena que habita em várias aldeias localizadas no extremo sul do estado da Bahia e no norte de Minas Gerais.

Alex tem uma forte ligação com a cultura dos povos originários desde que descobriu que os avós eram indígenas. Naquele momento, sentiu um desejo de se reconectar com suas raízes. Desde então, Pereira tem buscado incorporar a herança cultural durante a jornada nas artes marciais.

Como forma de abraçar essa herança cultural, o lutador, que é natural de São Bernardo do Campo (SP), recebeu de Belocqua Wera, primeiro treinador do campeão nas artes marciais, o apelido de Poatan. O nome significa "mão pesada" em tupi-guarani, e reflete tanto as habilidades nas modalidades de combates, quanto a identidade e orgulho da ancestralidade indígena.

Essa herança indígena acompanhou o brasileiro ao longo de sua carreira, desde seus dias no Glory até a estreia no UFC. Em uma ocasião marcante, durante a pesagem para a luta de MMA com Israel Adesanya, Poatan apareceu com o rosto pintado e usando um cocar - reforçando ainda mais os seus laços com os ancetrais indígenas. Na ocasião, o brasileiro venceu o combate e conquistou o título de campeão da categoria peso-médio do Ultimate. Com o objetivo de mostrar o compromisso e compartilhar as conquistas com sua comunidade, Pereira levou seu cinturão para a reserva indígena no Brasil.

Na encarada para a luta contra Hill, neste mês, o campeão novamente fez pinturas indígenas no rosto. Logo após o embate, Poatan prometeu visitar a aldeia Coroa Vermelha em breve e levar o título dos meio-pesados para celebrar com os povos originários.

*Por Damares Farias