Rayssa Leal conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil no Pan-Americano de 2023, em SantiagoPablo Vera / AFP
Equipe de Rayssa Leal faz pressão para mãe da skatista poder dormir na Vila Olímpica
Comitê Olímpico Internacional não permite que atletas maiores de 14 anos levem familiares para acompanhá-los
Rio - A equipe de Rayssa Leal, de 16 anos, está pressionando o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para que a mãe da skatista, Lilian Mendes, possa ser credenciada para entrar na Vila Olímpica e dormir com a atleta durante os Jogos de Paris. A revelação foi feita por Tatiana Braga, CEO da TB Sports, agência que cuida da carreira da Rayssa, em participação no podcast "Maquinistas".
Durante a entrevista, a empresária confirmou que a jovem, medalhista de prata na última edição dos Jogos, ficará na Vila Olímpica com o restante da delegação por questões logísticas. Porém, há uma tentativa de que a adolescente fique ao lado de alguém de confiança.
"Ela não ficar na Vila é ruim, principalmente por questão de logística. O que está todo mundo tentando ajudar é se a gente consegue fazer com que a mãe dela possa dormir com ela. E, se não a mãe dela, alguém de acolhimento sentimental, que ela confia e que pode estar com ela", disse Tatiana Braga.
A empresária reforça, ainda, que o desejo de ter a presença de Lilian vem da própria skatista. Tatiana revelou que nos Jogos Pan-Americanos de 2023, em Santiago, no Chile, a atleta chegou a ligar para a mãe durante um treinamento.
"É algo que ela quer muito. No Pan-Americano, ela ligou da pista chorando e disse que queria a mãe dela ali. A gente não precisa de uma menina de 16 anos pedindo para a mãe estar ali. E não é por ser um momento frágil, ali era só a menina de 16 anos que sempre teve aquela pessoa do lado e a única coisa que ela queria era olhar para a mãe", completou Tatiana.
Na ocasião, Rayssa - que conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos - foi acompanhada por uma funcionária do COB, Mariana Mello, que dormiu no quarto com ela e Raicca Ventura, também de 16 anos, uma vez que Lilian não tinha acesso nem aos alojamentos e nem aos treinos de sua filha.
Nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, Lilian pôde acompanhar Rayssa, que à época tinha 13 anos. Isso porque o Comitê Olímpico Internacional (COI) permite que atletas de 14 anos ou menos possam credenciar um familiar para acompanhá-los. A partir do momento que o atleta se torna adolescente, não precisa mais desse privilégio.
De acordo com informações do portal "UOL", o COB já decidiu que o pedido não será atendido e a pressão, a 10 dias dos Jogos, não vai mudar o quadro. A intenção do comitê é repetir o que foi feito no Pan, uma vez que a experiência foi considerada como bem-sucedida.
Neste caso, Rayssa Leal será acompanha de perto por Tatiana Lobo, funcionária do COB dedicada ao skate e próxima à atleta. Assim, Tatiana vai poder dormir e acolher a skatista durante os Jogos Olímpicos.
Para ter direito de acessar a Vila Olímpica, o COB teria que credenciar Lilian como "oficial técnico". Ou seja, na prática, a mãe de Rayssa tiraria o lugar de algum profissional, seja ele técnico, médico ou fisioterapeuta.
Tatiana Braga, que cuida da carreira de Rayssa, reconheceu que o pedido é algo complexo, já que isso iria gerar um aumento considerável no número de familiares na Vila Olímpica. A empresária reforçou que não vê a presença de Lilian como um privilégio, mas sim como um direito que todos os atletas de 16 anos ou menos devem ter.
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