Rio - Sempre que acontecem cenas de selvageria como as do último domingo, em Curitiba, o noticiário fala na ação de marginais travestidos de torcedores. Na verdade, não estão travestidos, são torcedores mesmo, autênticos, muitos com carteirinha e tudo. O futebol reúne aficionados de todas as classes sociais. Esses que promovem badernas, matam e morrem no caminho dos estádios são elementos ligados a facções criminosas perigosas, os mesmos que durante a semana se enfrentam ou enfrentam a polícia com armamento pesado, defendendo territórios que assumem como seus. Esses elementos torcem por seus clubes e saem para os jogos em grupos, até como medida de proteção. Quando se encontram nas ruas, nas praças, nos trens ou no metrô, o bicho pega pra geral. A polícia reage com gás, bombas de efeito moral e a calma volta, até o próximo encontro. Torço para que esta noite de Botafogo x Vasco não tenhamos registro dessas ocorrências.
CUSTO-BENEFÍCIO
O Flamengo investiu forte em jogadores estrangeiros e ainda aguarda respostas. Provavelmente terá que esperar sentado porque em pé vai cansar. Da ‘legião estrangeira’ importada, um ou outro lampejo do Trauco, gols esporádicos do Guerrero e estamos conversados. Quem deu resultado, mesmo jogando há pouco tempo no time profissional, foi o garoto Vinicius Júnior, que, aos 16 anos, entupiu os cofres do clube, descoberto pelo Real Madrid na sufocada divisão de base.
PEDALADAS
O técnico Renato Gaúcho faz um ótimo trabalho no Grêmio. Seu time joga fácil, toca a bola com objetivos claros e não por tocar, agindo e reagindo em bloco. Não sei se será campeão, mas tem toda a pinta.
O Fluminense vai ter que ralar para ganhar do Avaí na Ressacada. Galera local pressiona o time para reagir e quer resultado hoje.
Se favoritismo valesse pontos, Portugal já teria levado a Copa das Confederações.
BOLA DENTRO
Cruzeiro e Grêmio fizeram o melhor jogo do Brasileiro. Adrenalina pura durante os 90 minutos, 3 a 3, bolas na trave e os goleiros trabalhando muito.
BOLA FORA
Mano Menezes é um técnico com passagens por Fla, Corinthians, Seleção, tem história para contar. No Cruzeiro, está chato. Precisa de dose de ‘simancol’.