Josh Wander é sócio-fundador da 777 Partners, dona da SAF do VascoRafael Ribeiro / Vasco

Rio - O recente atraso no pagamento do segundo aporte financeiro ao Vasco foi um dos temas comentados em artigo que destrincha a situação da 777 Partners no jornal 'The New York Times'. Os americanos estão prestes a comprar o Everton, da Inglaterra, o que incentivou a reportagem intitulada "A empresa misteriosa com um pé na Premier League".
O acordo da compra do clube inglês foi oficializado em setembro, e o fundo vai adquirir 94,1% da participação no Everton. Entretanto, "a Premier League, a Federação Inglesa de Futebol e um regulador independente do governo britânico, a Autoridade de Conduta Financeira, devem aprovar o acordo proposto, um processo que provavelmente levará meses", diz o artigo.
Com a compra do Everton se confirmando, a 777 Partners terá oito clubes em seu portfólio. Além do Vasco, a empresa é dona do Genoa (Itália), Red Star (França), Standard Liège (Bélgica), Hertha Berlin (Alemanha) e Melbourne Victory (Austrália). Possui ainda participação minoritária no Sevilla (Espanha).

"As aquisições ocorreram tão rapidamente que foi difícil acompanhar. Um acordo para comprar o time de futebol mais antigo da Itália. Um investimento em um dos times mais populares do Brasil. Participações em clubes conhecidos na Bélgica e França, Alemanha e Austrália", alerta o artigo.
O jornal também pontua que muitos dos detalhes financeiros da empresa são difíceis de verificar, visto que o negócio é privado e, a estrutura financeira, controlada por Wander e Pasko (sócios-proprietários da 777). De acordo com o artigo, a empresa depende de empréstimos para operar muitos de seus negócios. 
Além disso, a reportagem chama atenção para os atrasos da 777 em certos pagamentos, incluindo o Vasco, que aguarda a última remessa do aporte previsto para 2023 nesta terça-feira (10). Segundo o contrato, a SAF deveria ter recebido o dinheiro até o dia 5 de outubro. Porém, problemas burocráticos foram alegados pela empresa no trâmite de transferências internacionais. Ainda faltam R$ 36 milhões ao clube.

"Sem o dinheiro, o Vasco não conseguiu fazer pagamentos pendentes a seus fornecedores e a clubes, devidos em acordos anteriores com jogadores. Como perdeu alguns dos pagamentos, o órgão administrador do futebol proibiu o clube de inscrever novos jogadores até que as suas dívidas fossem pagas", afirma o artigo.
O sócio-fundador da empresa, Josh Wander, também foi abordado ao longo do artigo. É ele quem fala em nome da 777 nas pouquíssimas declarações oficiais. A condenação por tráfico de cocaína, em 2003, além de outras polêmicas judiciais, é um dos temas comentados na reportagem.