Visão de como ficará São Januário, segundo o projeto de reformaDivulgação/Vasco

O presidente do Vasco, Pedrinho, apresentou o projeto de reforma de São Januário na primeira audiência pública na Câmara dos Vereadores, na manhã desta quarta-feira (15), para tratar do projeto de lei de transferência do potencial construtivo do estádio. O ex-jogador se emocionou enquanto falava sobre a importância da obra, que aumentará  a capacidade para 47.383 pessoas, sendo 32.743 na arquibancada em pé.
"Eu já vi esse projeto algumas vezes e agora foi a única vez que me emocionei com ele. Eu cheguei no clube aos seis anos de idade e muitas vezes eu dormi embaixo da arquibancada. Tenho a oportunidade de realmente enfrentar esse projeto e fazer com que saia do papel e que a gente entregue um estádio à altura do torcedor vascaíno", afirmou.
Pedrinho ainda fez questão de garantir a vereadores e cidadãos presentes o impacto positivo do novo estádio de São Januário para a cidade do Rio de Janeiro. A expectativa no Vasco é que as obras comecem até dezembro.
"O impacto não é para os milhões de torcedores vascaínos. É para o Rio de Janeiro. Social e econômico. Melhoria da questão de logística para quem mora nas comunidades próximas, integração entre a Barreira e o Vasco. Possibilidade de novas receitas", disse o ex-jogador.
Projeto de reforma de são Januário, com informações sobre cada setor, foi apresentado em audiência pública - Reprodução
Projeto de reforma de são Januário, com informações sobre cada setor, foi apresentado em audiência públicaReprodução
Já o segundo vice-geral do clube, Renato Brito, ressaltou como a obra contribuirá para a integração com a comunidade vizinha, Barreira do Vasco. Além de empregar moradores durante a reforma, o projeto inclui a contratação de mão de obra permanente, inclusive de níveis superiores.
Uma preocupação entre os vereadores que participaram da audiência foi a questão da relação com a 777 Partners, assim como as notícias recente de problemas financeiros da dona de 70% da SAF vascaína. Pedrinho avisou que São Januário pertence ao clube associativo.

O processo na Câmara 

A primeira Audiência Pública é um passo importante para o Projeto de Lei Complementar entregue pela Prefeitura do Rio para a transferência do potencial construtivo de São Januário para regiões da Barra da Tijuca, na Zona Oeste (RJ), e da Avenida Brasil.
Além de Pedrinho e outros dirigentes, também participaram vereadores e autoridades com cargos em secretarias de Coordenação Governamental e Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico.
na quinta-feira (16), ocorrerá uma reunião técnica entre autoridades da prefeitura e os vereadores. A ideia é que sejam sanadas dúvidas sobre o projeto, e também que haja um entendimento sobre o nível de consenso a respeito do que ele propõe. Esse encontro será fechado.
Outras duas audiências ainda irão acontecer: uma em São Januário e outra na Barra da Tijuca (principal bairro receptor do potencial construtivo).
A tramitação do projeto, que teve entrada na Câmara do Rio em novembro do ano passado, ainda está em ritmo lento. A ideia inicial do Vasco era conseguir que o projeto fosse votado no primeiro semestre, com a liberação até o meio deste ano para já iniciar as obras, que agora passaram para dezembro pela nova expectativa.
Ainda assim, a definição deve sair antes do trâmite normal, que terminaria só em outubro e a eleição municipal poderia fazer ficá-lo em "banho-maria". Para isso, será necessário que o projeto seja acelerado com entrega conjunta de pareceres feitos pelas comissões técnicas. Somente após isso, haverá a votação entre os vereadores, que podem fazer alterações.

Reforma 

O projeto de reforma do estádio foi desenvolvido pela WTorre, na gestão do ex-presidente Alexandre Campello, e realizado pelo arquiteto Sérgio Dias, que foi quem apresentou o projeto na Câmara dos Vereadores. O custo da obra está orçado em R$ 506 milhões.

O que é o potencial construtivo?

O potencial construtivo diz o quanto pode-se construir no terreno, respeitando a zona da cidade. São Januário, por exemplo, está localizado em uma região que permite um grande potencial construtivo, mas não o utiliza em sua totalidade.
Por isso, o projeto de lei visa transferir essa "sobra" para outras regiões. A venda do potencial construtivo é importante para o clube conseguir quase a totalidade dos R$ 500 milhões necessários para as obras de reforma de São Januário.