Rio - O presidente do Vitória de Guimarães, António Miguel Cardoso, lançou críticas a Álvaro Pacheco, futuro comandante do Vasco, ao anunciar a rescisão de seu contrato. O dirigente alegou que o motivo do desligamento antecipado foi a postura do treinador durante a negociação com o Cruz-Maltino, e cobrou um pedido de desculpas. Mas o português não gostou das acusações e, em nota, afirmou que entrará com uma queixa-crime por difamação.
"É totalmente surreal imaginar que a diretoria do Vitória permitiu que o Álvaro tivesse faltado a um evento do grupo para se reunir com outro clube. Um pedido de desculpa é o mínimo, isso lamentamos. Percebendo os fatos, achamos que devíamos ter paz e tranquilidade para a temporada chegar ao final e tomar depois as medidas corretas. A três dias do fim, isso não faz muito sentido, mas as ações ficam com cada um", declarou Cardoso, em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (15).
Segundo o comunicado emitido pelo clube sobre o fim do vínculo, o treinador havia se reunido presencialmente com o Vasco no dia 29 de abril, além de ter participado de outros encontros virtuais. A comissão técnica de Álvaro Pacheco também foi convidada a integrar o Cruz-Maltino.
"Obviamente não fico satisfeito com os fatos. Lamento porque deveria ter acabado a temporada. Somos todos pessoas, todos temos sentimentos, entendemos que o Álvaro pense na próxima temporada, mas as coisas têm de ser feitas de determinada forma, o que não foi o caso. Quando não acontecem, é preciso pedir desculpa ao emblema. Lamento que não tenha acontecido", concluiu Cardoso.
Álvaro Pacheco comandou o Vitória de Guimarães em 42 jogos, sendo 22 vitórias, seis empates e 14 derrotas. Além disso, deixou o clube na quinta colocação no Campeonato Português, com vaga assegurada para a próxima Liga Conferência, e prestes a bater o recorde de pontos do clube na competição.
Confira a nota de Álvaro Pacheco sobre a declaração de Antônio Miguel Cardoso:
"Na sequência do sucedido nas últimas semanas, sobretudo nesta quarta-feira, dia 15 de maio de 2024, em que o Presidente do Vitória SC, António Miguel Cardoso proferiu publicamente inúmeras afirmações, muito graves, que atacam a honra e o bom nome de Álvaro Pacheco, o treinador e sobretudo o homem de fortes valores que é, decidindo, assim, avançar com uma queixa-crime por difamação contra António Miguel Cardoso.
A falta de palavra tem sido uma constante, mas teve o seu ponto mais grave hoje com António Miguel Cardoso a faltar à verdade em toda a linha sobre tudo o que envolveu a saída de Álvaro Pacheco do Vitória SC.
Pelos valores que defende, desde logo a honra, o respeito e ainda mais pela ligação, entrega e compromisso que sempre teve com o Vitória Sport Clube e os seus adeptos, Álvaro Pacheco avança com esta queixa-crime por difamação, por si mas também pelos Vitorianos que não merecem que quem dirige a instituição não lhes diga toda a verdade de todos os fatos.
Álvaro Pacheco (via assessoria de imprensa), 15 de maio de 2024."
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.