São Paulo - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que a demanda nos leilões diários de swap caiu e sinalizou que o banco deve reduzir ou encerrar o programa, que tem como objetivo proteger o real.
Após a fala de Tombini, o real perdeu força e teve a maior desvalorização entre os mercados emergentes. Os leilões diários terminam em 30 de junho.
"Recentemente, percebemos uma certa queda na demanda" por contratos de swap, disse Tombini em evento da Bloomberg em São Paulo.
O Brasil vendeu contratos de swap para sustentar a moeda e limitar a alta dos preços de produtos importados por meio de um programa anunciado em agosto e estendido em dezembro. O programa ajudou o real a avançar 6,7% neste ano, depois de cair 13% em 2013.
O programa foi implantado depois que o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) indicou que estava se preparando para reduzir as injeções de liquidez na economia mundial.
"A mensagem é que se o Banco Central decidir estender o programa, ele terá um volume menor", disse o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otavio de Souza Leal.
A desvalorização do real em 2013 e a alta dos custos dos alimentos estimularam o aumento dos preços e minaram os esforços do banco para conter a inflação, acima da meta em 12 meses. Tombini incentivou a alta da taxa Selic por nove vezes consecutivas para 11%, no mais longo ciclo de endurecimento dos juros do mundo.
O real, depois de subir cerca de 0,3% nesta quinta-feira, sofreu desvalorização de 0,54% e estava cotado a US$ 2,2193 às 12h36. A perda de valor da moeda brasileira é uma da maiores entre os mercados emergentes nesta quinta-feira, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.