Também chamada de Pantanal Fluminense, a APA Guapimirim é um paraíso ecológico na Baía de GuanabaraBruno Grosman - Imagem cedida ao DIA

Guapimirim – O Dia Estadual da Baía de Guanabara é celebrado nesta quarta-feira (18/1). A data lembra do dever e do comprometimento do poder público, da população e da sociedade civil na despoluição e na preservação desse espaço vital para a biodiversidade.
A data comemorativa foi criada por meio da Lei Estadual nº 3.616/2001 pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
A escolha do dia tem a ver com o fato de que em 18 de janeiro de 2000 ocorreu um vazamento de óleo de enormes proporções que afetou o ecossistema na região. Um duto da Petrobras que conectava a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ao terminal Ilha D’Água, na Ilha do Governador, bairro da Zona Norte do Rio, provocou o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo combustível. A mancha se estendeu por 40 km ao longo da Baía de Guanabara.
Mais do que uma bacia oceânica, a Baía de Guanabara tem sua importância na biodiversidade, econômica. A zona portuária do Rio fica nessa localidade. Inúmeros trabalhadores passam atravessam a Baía de Guanabara diariamente, quer seja atravessando a Ponte Rio-Niterói, quer seja de barca do terminal Praça XV, no Centro do Rio, com destino a Niterói, no Centro ou Charitas, além do terminal Ribeira, na Ilha do Governador, como também a Ilha de Paquetá, bairro carioca.
Apesar da poluição, ainda há pescadores que tentam garantir o sustento familiar com a pesca nessa baía.
Lamentavelmente, a Baía de Guanabara também é o destino de mais de 90 toneladas diárias de lixo e de mais de quatro milhões de litros de esgoto diários, segundo entidades de defesa ambiental.
Falar esse importante espaço geográfico é também lembrar do Programa de Despoluição da Baía da Guanabara (PDBG), lançado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro em 1991 – ano anterior à Eco-92, Conferência Mundial do Meio Ambiente que aconteceu no Rio – e que durou até 2006 sem concluir seu objetivo.
Para celebrar essa data, que é de luta, será lançada hoje (18) a plataforma digital “Braços Abertos sobre a Guanabara – um pacto que gera impacto”. A iniciativa é do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, cujo objetivo é receber denúncias de crimes ambientais como o despejo de esgoto e lixo irregular e a pesca irregular, além de promover ações de conscientização, por exemplo.
A origem do nome da baía vem do tupi-garani e pode ser entendido algo como “seio-mar”.
Na Baía de Guanabara há 53 praias, abrangendo sete municípios fluminenses: Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, Itaboraí, São Gonçalo e Niterói.
De 1960 a 1975, a Baía de Guanabara banhou os estados do Rio de Janeiro e o da Guanabara, até que houve uma fusão durante a ditadura militar, tornando-se estado do Rio de Janeiro.
Um importante paraíso ecológico da Baía de Guanabara está em Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A Área de Proteção Ambiental (APA) Guapimirim – também chamada de Pantanal Fluminense – é um importante manguezal, abrigando caranguejos, botos cinzas, colhereiros rosas, garças, jacarés-do-papo-amarelo, lontras, biguatingas, além de uma rica flora da Mata Atlântica.
A APA Guapimirim possui 14,3 mil hectares, está dentro dos municípios de Guapimirim, Magé, Itaboraí e São Gonçalo, tendo sido criada por meio do Decreto Federal nº 90.225/1984 como a primeira Unidade de Conservação de Manguezais do Brasil.
O Dia Estadual da Baía de Guanabara é comemorado hoje (18), mas o engajamento de todos os entes civis e públicos deve ser diário, o ano inteiro, porque a baía é uma parte muito importante da vida dos cidadãos fluminenses e o cenário de muitas histórias. Foi pela Baía de Guanabara que os colonizadores portugueses chegaram ao Rio de Janeiro.