Imagem ilustrativa de um teste laboratorial com insetosFoto: Flávio Carvalho - Fiocruz

Guapimirim – O estado do Rio de Janeiro tem ao menos 63 casos confirmados de febre do oropouche notificados em 19 cidades fluminenses. Desse quantitativo, 32 são mulheres, 25 são homens e outros seis não tiveram o gênero informado. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), atualizados até a última quarta-feira (24).
Desses 63 registros, 51 são autóctones, ou seja, os pacientes não viajaram para outro estado nem outro país, portanto se infectaram na própria localidade ou no mesmo estado. Outros seis casos estão sob investigação quanto à origem, mais três foram importados e outros três não puderam ter local de contaminação determinado.
Desses 63 pacientes, 14 são hipertensos, outros 10 têm diabetes e um tem doença renal crônica. Contudo, tais enfermidades não são pré-requisitos para a febre do oropouche, tendo em vista que a transmissão ocorre por picada de mosquito.
Em Guapimirim, por exemplo, há sete casos, sendo três mulheres, dois homens e outras duas pessoas que não tiveram o gênero confirmado. Do total de pacientes, quatro deles são considerados autóctones.
Desses sete pacientes guapimirienses, apenas um tinha hipertensão e mais um, diabetes, conforme dados da SES-RJ.
Piraí, no Sul Fluminense, é o município do estado com mais casos, 21 até o momento, sendo 11 mulheres e 10 homens. Destes, 19 foram considerados autóctones, isto é, os pacientes se infectaram na própria localidade.
Em Piraí, cinco dos pacientes tinham hipertensão, quatro, diabetes, e um, doença crônica renal.
Veja o número de casos notificados por municípios fluminenses:
* Piraí: 21 casos confirmados.
* Rio de Janeiro: 7 casos confirmados.
* Guapimirim: 7 casos confirmados.
* Bom Jesus do Itabapoana: 7 casos confirmados.
* Angra dos Reis: 4 casos confirmados.
* Japeri: 3 casos confirmados.
* Niterói: 2 casos confirmados.
* Paty do Alferes: 1 caso confirmado.
* Petrópolis: 1 caso confirmado.
* Valença: 1 caso confirmado.
* Pinheiral: 1 caso confirmado.
* Saquarema: 1 caso confirmado.
* Nova Iguaçu: 1 caso confirmado.
* Paracambi: 1 caso confirmado.
* Nova Friburgo: 1 caso confirmado.
* Barra Mansa: 1 caso confirmado.
* Volta Redonda: 1 caso confirmado.
* Itaboraí: 1 caso confirmado.
* Seropédica: 1 caso confirmado.
Desses 63 pacientes fluminenses, 50 apresentaram quadros clínicos de mialgia (dor muscular). Houve também 49 relatos de cefaleia (dor de cabeça) e 23 de náuseas. Vale destacar que um mesmo paciente pode ter tido vários sintomas. A febre do oropouche também pode provocar diarreia, fotofobia (sensibilidade à luz) e dor retro-orbital (atrás dos olhos), por exemplo.
Em abril deste ano, o estado do Rio de Janeiro já contabilizava ao menos 10 casos de febre do oropouche em municípios como Japeri, Piraí, Rio de Janeiro e Valença. O primeiro registro foi divulgado em fevereiro passado. O paciente seria um morador do bairro Humaitá, na Zona Sul do Rio, que tinha viajado anteriormente para o Amazonas.
Em 2024, foram contabilizados ao menos 7.236 casos da doença em 20 unidades da federação, de acordo com o Ministério da Saúde.
A febre do oropouche é causada pelo vírus Oropouche (“orthobunyavirus oropoucheense”), transmitido pelo mosquito “Culicoides paraenses”, popularmente conhecido como marium ou mosquito-pólvora, comumente encontrado em áreas silvestres. Outro transmissor é o pernilongo culex (“Culex quinquefasciatus”), que habita ambientes urbanos.