Essas medicações são usadas no tratamento de profilaxia pós-exposição (PEP)Foto: Geovana Albuquerque - Agência Saúde
Ministério da Saúde atualiza protocolo para uso de PEP e PrEP contra HIV
As orientações incluem crianças, adolescentes, gestantes e demais usuários
Guapimirim – O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), atualizou o protocolo para uso de profilaxia pós-exposição (PEP) e de profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês), e demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como hepatites virais e sífilis, por exemplo. O material, divulgado nessa segunda-feira (2), inclui crianças, adolescentes, gestantes e demais usuários.
No documento, o órgão recomenda que a indicação da PrEP seja avaliada tão logo que um paciente tenha utilizado repetidamente a PEP, devido ao maior risco de exposição e de vulnerabilidade sexuais.
“Completado o uso de PEP por 28 dias, recomenda-se a avaliação individualizada da possibilidade de indicação de PrEP para aquelas pessoas que relatam repetidas situações de exposição e vulnerabilidades à sua saúde sexual em seu contexto de vida. Caso a pessoa tenha indicação de PrEP, recomenda-se que esta seja iniciada imediatamente após o término da PEP”, orientou o Ministério da Saúde num trecho do documento.
Disponibilizada desde 1999, a PEP é uma medicação emergencial preconizada a pessoas soronegativas – NÃO portadoras de HIV/Aids – em três situações: 1) que tenham sido vítimas de estupro; 2) tenham se exposto a relações sexuais sem preservativos, inclusive com rompimento de camisinha, e sem conhecer bem o(a) parceiro(a); 3) em aso de acidente ocupacional, como perfuração por seringas e outros instrumentos cortantes ou contato direto com material biológico.
Antes de iniciar a profilaxia, o paciente faz exame de sangue para saber se é soronegativo ou soropositivo. Caso tenha a doença, em vez da PEP, já inicia o tratamento na condição de portador. Vale destacar que, se o resultado for positivo, significa que a contaminação ocorreu há mais de 30 dias ou até meses atrás. O vírus fica incubado por cerca de um mês.
Por isso, é tão importante começar a PEP em até 72 horas após o ato. O tratamento dura 28 dias e é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O coquetel dever ser tomado diariamente e sem direito a esquecimento. Só assim será possível neutralizar o vírus. O tratamento é feito com um comprimido de Dolutegravir Sódico e outro combinado de Fumarato de Tenofovir Desoproxila + Lamivudina.
Já a PrEP – também voltada a NÃO portadores de HIV/Aids – consiste num tratamento preventivo para evitar a contaminação. O usuário toma um comprimido diário de Entricitabina + Fumarato de Tenofovir Desoproxila, independentemente de ter ocorrido ato sexual ou não. A alternativa é a PrEP sob demanda, na qual o paciente toma dois comprimidos algumas horas antes da relação, um comprimido 24 horas após e mais um 48 horas após.
A PrEP está em vigor na rede pública de saúde desde 2018 e costuma ser indicada a profissionais do sexo, travestis, transexuais e homens que se relacionam sexualmente com outros homens. Essas populações-alvo apresentam certo risco de exposição.
O novo protocolo clínico amplia a PEP para gestantes em qualquer período de gravidez, com a indicação de 50mg de Dolutegravir Sódico como medicação de primeira linha. Já para as crianças com mais de três quilos e mais de quatro semanas de vida, por exemplo, a dosagem é de 5mg do mesmo comprimido. Em segunda linha, a recomendação é a combinação dos antivirais Darunavir 800mg e do Ritonavir.
No caso de recém-nascidos, por exemplo, a utilização da PEP se faz necessária, em caso de exposição ao vírus HIV/Aids durante o parto e/ou amamentação, quando a mãe for soropositivo.
Em julho de 2023, por exemplo, o órgão federal já havia anunciado a oferta de novos medicamentos contra HIV para crianças entre dois meses e seis anos de idade. Os novos antirretrovirais estariam disponibilizados em até seis meses após a publicação de uma portaria.
Vale acrescentar que em Guapimirim, por exemplo, tanto a PEP quanto a PrEP podem ser encontradas no Centro Municipal de Saúde João Arruda. A unidade está localizada na Rua Ita nº 160, no Centro. Ambos os tratamentos estão disponíveis em postos de saúde de várias cidades brasileiras.
Para ter acesso às novas diretrizes do Ministério da Saúde, clique aqui.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.