Rio - Parquinhos ao ar livre e plays dos condomínios são algumas opções para entreter a garotada em época de férias escolares, além das piscinas. E para que a diversão não acabe em acidentes, os pais ou responsáveis pela criança, e os síndicos, no caso dos condomínios, precisam estar atentos ao estado de conservação dos locais e dos brinquedos. Na piscina, os guardiões são obrigatórios e os pequeninos devem estar acompanhados dos responsáveis.
Outro ambiente que também merece cuidado é a academia. Nesse espaço, que conta com vários equipamentos e acessórios para a prática do esporte, o público infantil terá que obedecer as regras do condomínio para uso. Em geral, não pode ficar nesses ambientes sem a presença de um adulto.
Para a coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Gabriela Guida de Freitas, um parquinho sem perigos não significa um lugar chato ou padronizado.
“Brincar é muito importante para o desenvolvimento infantil e os parquinhos são um dos principais espaços para as crianças escalarem, rodarem, balançarem e interagirem. Queremos que esses locais sejam seguros, onde a criança possa usar sua criatividade sem ser tolhida o tempo todo e até que possa cair de vez em quando, mas sem que ocorram lesões graves que deixem sequelas ou comprometam sua vida. Se o parquinho seguir as referências da ABNT, as crianças poderão brincar ainda mais livremente e sem riscos”, explica.
Segundo o arquiteto e diretor da Santos Projetos, Fernando Santos, gangorras, escorregas e balanços precisam ser inspecionados, no mínimo, uma vez por ano. Se apresentarem pontos de oxidação, devem ser tratados imediatamente.
“Esses grandes brinquedos, em sua maioria, são construídos com estrutura metálica e ficam expostos ao tempo. Se não forem inspecionados regularmente e mantidos adequadamente, podem sofrer com a oxidação, especialmente nos pontos de fixação no chão e nas partes mais altas, que recebem mais sol e chuva. Assim, além dos acidentes estruturais, a criança pode se cortar nas partes enferrujadas, ficando exposta ao tétano a e outras doenças”, alerta o arquiteto.
Plástico exposto ao sol
Ele complementa que os brinquedos de plástico, em comparação com os brinquedos metálicos e de PET, têm durabilidade menor, ainda mais se expostos ao sol e à chuva diretamente por muitas horas. “Os raios ultravioleta deterioram o plástico, que resseca e se torna quebradiço com o tempo, fragilizando o aspecto estrutural do brinquedo. Além disso, ao aparecerem pequenas fissuras, o brinquedo exposto às chuvas pode acabar tendo sua estrutura preenchida com água, que acumula sujeiras e pode vir a ser criadouro de vetores de doenças das mais variadas, incluindo a dengue, a zika e a chikungunya. Essas fissuras, com o uso continuado, tendem a aumentar e, dependendo da sua localização no brinquedo, podem provocar cortes nas crianças da mesma forma que os brinquedos de ferro”, acrescenta.
O profissional recomenda que síndicos e moradores estejam sempre de olho em alguns detalhes como a fixação dos brinquedos no chão e se não há pontos de ferrugem avançada em outras partes, em especial nos pontos em que as crianças seguram e sentam.
“Nos escorregas, observar a prancha e as laterais onde correm as mãos dos pequenos. Já nos balanços, atentar para o estado das correntes que seguram os assentos e o estado geral do eixo superior. E no caso de gangorras, atentar para a alça e o eixo do brinquedo. Hoje em dia, há muitos brinquedos feitos de PET reciclado, que não enferrujam, mas a fixação das peças e do brinquedo no chão ainda é feita por parafusos metálicos, que precisam ser inspecionados e mantidos em boas condições”, orienta.