Itaboraí - Moradores dos bairros Ampliação e Nova Cidade, estão denunciando a atuação de um provedor de internet que segundo relatos, estaria ligado a traficantes do Complexo da Reta.
As denúncias indicam que a empresa tem cortado as caixas de outros provedores no bairro Outeiro das Pedras, e vem de forma arbitrária instalado as suas próprias caixas, inclusive nas proximidades do Hospital Municipal São Judas Tadeu, na Avenida 22 de Maio.
Segundo os moradores, a empresa que já está sendo investigada pela 71ª DP, anteriormente mantinha uma loja no bairro Ampliação, agora realiza todo o atendimento exclusivamente via WhatsApp.
"A gente não se sente seguro com essa situação. Parece que estamos nas mãos deles. Não tem outro provedor que queira entrar aqui, e a gente fica sem opção. A gente fica sem opções. Parece que eles têm o controle de tudo por aqui, e isso é preocupante", relatou uma moradora, que também mencionou a presença de um carro modelo Onix branco, que estaria circulando pelo bairro para impedir que técnicos de outros provedores realizem qualquer trabalho na área.
Outro morador também expressou preocupação: "Essa empresa só tem as caixinhas espalhadas pelas ruas, mas ninguém sabe quem realmente está por trás. A falta de segurança é evidente, e ninguém faz nada. A população não tem mais o direito de escolher qual empresa quer. Somos obrigados a ‘contratar’ a empresa ligada ao crime organizado. Estamos vivendo em um país sem lei e as autoridades da segurança pública ignoram", comentou outro morador.
Os moradores pediram para não se identificarem por medo de sofrerem retaliações dos criminosos.
A 71ª DP (Centro) confirmou que investiga as denúncias, embora detalhes sobre o andamento das investigações não tenham sido divulgados.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi questionada sobre o caso, informou que está ciente dos casos e as investigações estão em curso para apurar as irregularidades.
A Associação que representa as principais operadoras de telecomunicações do país, também se pronunciou sobre o caso, afirmando que "é fundamental garantir a livre concorrência e a segurança dos consumidores no acesso aos serviços de telecomunicações".
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