Itaperuna – “A vontade do prefeito Alfredo Paulo Marques Rodrigues (Alfredão) foi feita; não prevaleceu o interesse público”. Esta é a interpretação de manifestantes que lotaram a Câmara de Itaperuna (RJ) na noite dessa segunda-feira (14), contrários à aprovação da reforma administrativa proposta pelo governo municipal.
A alegação é de que servidores de carreira são desprestigiados e os comissionados priorizados, nomeados de acordo com os interesses do prefeito, que fica autorizado a criar mais de 190 cargos. O caso deverá gerar ação judicial.
Dos 13 vereadores, apenas Glauber Bastos, Alailton Pontes (Lalá) e Amanda da Aidê votaram contra. Sinei Torresmo, Ademir Pessanha, Adenilson Zacharias, Keila do Toldo, Antônio Pedro Zoreira, Carlinhos Teixeira, Jeffinho de Boa Ventura, Sargento Cristiane e Marquinho de Retiro disseram sim.
Bastos considera a reforma uma “esparrela”, que diminui 202 cargos de confiança, mas cria 198 comissionados, muitos com ganho de até R$ 11 mil mensais. O vereador afirma que o impacto no orçamento chega a mais de R$ 598 a adianta que ingressará com ação na Justiça.
“Falta dinheiro para a saúde pública, mas sobra para uma reforma administrativa eleitoreira”. Este é o entendimento dos vereadores da oposição e dos servidores municipais que demonstram revolta com os parlamentares que votaram pela aprovação.
“Nossa população sofre com a falta de saúde, sem um tratamento digno; muitos ficam dias e semanas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou no Posto de Urgência (PU) aguardando vaga no hospital”, reclama Bastos, que faz críticas fortes à administração de Alfredão.
Em pronunciamento no plenário o vereador indagou: “Para onde foi o dinheiro? Cadê o dinheiro que vem para pagar o Hospital São José do Avaí e não foi pago”? Alailton Pontes (Lalá) reforçou que a dívida com o hospital é mais de R$ 65 milhões. Contactado, o governo voltou a silenciar.
“Então, gente não tem atendimento mesmo, devendo uma grana violenta dessa e o prefeito cria cargos inclusive prejudicando os nossos servidores”. Lalá pontua que “a reforma administrativa está criando cargos, despesa, acima de 500 mil reais ao mês, quando o governo deveria estar economizando para acertar as dívidas”.
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