Enfermeiros representaram o comportamento de pacientes em agitação e surto para o treinamento prático das equipes Brian Mauge / PMJ

Equipes do Hospital Municipal de Japeri (HMJ) participaram do treinamento ‘Manejo Clínico do Paciente Psiquiátrico em Urgência e Emergência’. A ação, promovida pela prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), se deu em razão da implantação de quatro leitos psiquiátricos na unidade.
O treinamento foi realizado na quinta-feira (18/04), em dois momentos, com um total de 16 horas e abrangência de todas as equipes plantonistas. O objetivo foi preparar as equipes para a abordagem desse público, estabelecendo o início do tratamento clínico, a classificação de risco, a priorização do atendimento conforme a urgência, a necessidade de encaminhamento para a rede de saúde e, ainda, a avaliação de internação na unidade hospitalar.
Segundo o diretor geral da unidade, Alex Bousquet, a abertura dos leitos psiquiátricos no Hospital Municipal de Japeri atende à legislação vigente que trata sobre os pacientes psiquiátricos e o fechamento de todos os sanatórios. “Como os pacientes psiquiátricos têm características bem peculiares, é extremamente importante o treinamento dos nossos profissionais. A considerar, ainda, que o número de diagnósticos de doenças psiquiátricas vem aumentando após a pandemia do Covid-19, e o HMJ, que já dispõe de médico psiquiatra, agora tem também uma equipe mais preparada para receber esses pacientes, disponibilizando inclusive os leitos”, disse o gestor.
O psiquiatra do Centro de Atenção Psicossocial II Jorge Tannus Rejame (CAPS), Carlos Augusto, realizou o treinamento das equipes e ressaltou que aperfeiçoar técnicas e manejos é, antes de mais nada, saber como tratar o paciente, refinar a classificação de risco e ter sempre a ótica da atenção aos detalhes. “Como profissionais de saúde, saímos do senso comum de chamar pacientes com patologias em saúde mental de malucos. Ativamos ainda mais nossas sensibilidades de respeito às rotinas, vulnerabilidades, luto ou situações que se apresentem nos atendimentos”, relatou o médico.
Segundo a Subsecretária de Atenção à Saúde, Tatiana Soares, o treinamento tem ainda a especificidade de que o paciente da rede, ao chegar no hospital e receber o atendimento adequado às suas particularidades, seja referenciado para a continuidade do tratamento de saúde mental na rede.
“Estamos refinando nossos protocolos e o paciente que chegar aqui para o atendimento emergencial terá também o preenchimento da ficha do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que faz o controle da vigilância de violência interpessoal e autoprovocada, atendida na cidade pelo Programa Viva Japeri. Todos os esforços estão sendo empenhados para que a saúde mental esteja em sintonia com os demais serviços, de forma humanizada e completa”, disse.
As equipes tiveram treinamento teórico e prático. Enfermeiros representaram o comportamento de pacientes em agitação e surto. A assistente social Lucimar Gonçalves destacou a importância do aprendizado para o atendimento às demandas e encaminhamentos à rede assistencial de saúde mental.
A coordenadora de enfermagem, Roberta Esteves, destacou que fornecer o treinamento para a equipe assistencial é de extrema importância para um cuidado especializado e humanizado com quem procura a unidade hospitalar. "Os profissionais receberam um protocolo elaborado para ser um guia que vai nortear a equipe médica quanto ao uso farmacológico e a enfermagem, caso haja necessidade de contenção mecânica", finalizou.