Profissionais do município realizaram um estudo permitindo a amostra do panorama da doença no contexto atual e em relação à descentralizaçãoDivulgação / Prefeitura de Japeri
Nova etapa do Programa de Descentralização da Tuberculose em Japeri
Cidade terá duas Unidades Básicas de Saúde como piloto da nova estratégia de enfrentamento à doença
A Prefeitura de Japeri, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (Ses/RJ), vem discutindo o Programa de Descentralização da Tuberculose desde 2023. Na semana passada foi realizada mais uma etapa. No auditório do Centro Municipal de Especialidades, em Engenheiro Pedreira, foram apresentadas as unidades que irão receber o plano piloto da nova estratégia de enfrentamento à doença.
As Unidades Básicas de Saúde de Nova Belém, em Japeri, e Delamare, em Engenheiro Pedreira, foram escolhidas para dar início ao projeto que foi desenvolvido sob a ótica da importância do tratamento estar mais próximo da população e considerar ainda características de vulnerabilidade.
“Com o tratamento nos territórios, onde há as incidências da doença, vamos evitar o deslocamento do paciente para o Centro Municipal de Especialidades, em Engenheiro Pedreira, onde está a sede do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, evitando a circulação da doença, e diminuindo os índices de abandono dos cuidados por demandas sociais”, disse a subsecretária de Vigilância em Saúde, Renata Lameira.
De acordo com a gestora da Atenção Básica, Helen Santos, há uma necessidade de capacitação dos colaboradores da ponta e uma desmistificação em toda a rede sobre as formas de contaminação e manejo da doença. “Com a descentralização em etapas vai ser mais fácil derrubar medos e tabus, e fazer o preenchimento desse vazio sanitário que é muito importante. Vai ser com esse plano piloto que vamos capacitar as nossas equipes e preparar os territórios para desmistificar as formas de contágio, sintomas e o próprio tratamento”, relatou.
De acordo com monitora da Ses/RJ, Ludmilla Cuzatis, a descentralização gradativa ocorre não só em Japeri, mas em outros 15 municípios do Estado. “As equipes técnicas realizam o estudo e verificam a estrutura das Unidades Básicas de Saúde para adequações, caso necessário. Aqui em Japeri, já há uma descentralização com a implantação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), agora vamos inaugurar as unidades pilotos e os resultados vão direcionar as ações do Estado e nortear a estruturação de unidades hospitalares, de biossegurança e o aumento do número de leitos destinados para a tuberculose”, disse a profissional.
A equipe da Secretaria Estadual de Saúde que atua em Japeri, conta com um grupo de apoio técnico composto por uma assistente social, uma enfermeira e uma sanitarista. As profissionais realizaram um estudo permitindo a amostra do panorama da doença no contexto atual e em relação à descentralização.
“Fizemos um bom trabalho de campo visitando todas as unidades e considerando as especificidades de cada localidade para que pudéssemos ter um retrato da realidade. Com isso, teremos o melhor acesso dos usuários e o aprimoramento do trabalho”, disse Ana Clara, assistente social.
“Realizamos as articulações com as secretarias, visitas domiciliares, conversas com os profissionais dos territórios e concluímos que com as capacitações vai ser possível inclusive identificar pontos focais nas localidades e equipes para o enfrentamento dos desafios”, completou a sanitarista Isabela Cardoso ao lado da enfermeira Raquel de Souza que vai realizar as capacitações de manejo da doença. “As equipes estarão bem preparadas e terão um material com o passo a passo de todo o processo de manejo. Além de apoio técnico até que o procedimento se torne bem familiar”, disse Raquel.
De acordo com a Coordenadora do Programa Municipal de Combate à Tuberculose, Maria José, Japeri tem atualmente 47 pessoas em tratamento. “O quantitativo que temos, mesmo com a busca ativa que realizamos, pode não ser o número real de pacientes com a doença. A descentralização vai viabilizar muito o acesso, o tratamento e a cura, que acontece quando o tratamento é feito corretamente”, finalizou.
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